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A Pêra Rocha já era representada em cerâmica no século XIX


A pêra tem sido uma referência também na arte, sobretudo na cerâmica caldense desde Manuel Mafra, e também na pintura de Josefa d’Óbidos. Quem o descobriu foi o historiador João Serra, que partilhou a sua investigação na cerimónia de entronização de novos elementos da Confraria da Pêra Rocha, que se realizou a 16 de Maio, no Museu do Hospital e das Caldas.




“A cerâmica das Caldas, nas suas origens, está relacionada ao próprio núcleo histórico e ao seu hospital termal”, afirmou o historiador João Serra, explicando que os operários teriam ali construído alguns dos materiais utilizados na edificação, como a telha ou o tijolo. Na sua oração de sapiência sobre a pêra Rocha na cerâmica o investigador explicou ainda que os primeiros oleiros instalaram-se em inícios do século XVI, vindos de Lisboa, para trabalhar para o hospital termal na confecção de utensílios de cozinha e objectos médicos. Apesar dos trabalhos arqueológicos que poderão comprovar essa hipótese “estarem atrasados”, as informações de frei Jorge de S. Paulo (um dos primeiros provedores do Hospital Termal) já destacavam os vidrados da faiança caldense, sobretudo o verde Caldas e o vidrado castanho mel.

Na segunda metade do século XIX começa a ser criada a loiça naturalista. O seu introdutor foi Manuel Mafra, caracterizado pelo historiador como um homem “profundamente inovador”. Além da capacidade de fazer tudo o que lhe mostrassem, o cerâmico evoluiu na paleta de cores nos vidrados e começou a “animar” os pratos cerâmicos com animais e elementos vegetais.

“Estava-se a descobrir a cerâmica neo-Palissy e ele [Manuel Mafra] estava a fazer nas Caldas um trabalho notável de imitação e também de inovação”, disse João Serra.

O historiador procurou peras na obra cerâmica de Manuel Mafra e encontrou-as num prato que mostrou aos presentes. Também encontrou referências a este fruto na pintura de Josefa d’Óbidos e de seu pai, Baltazar Gomes Figueira.

“A cerâmica naturalista traz os elementos de modo a criar a ilusão de que o prato já está cheio de fruta”, disse. Outras vezes trata-se de dar à cerâmica a forma do objecto, como o açucareiro em forma de pêra, outro objecto que também mostrou.

Referindo-se ao local onde decorreu a cerimónia de entronização dos novos confrades (o actual Museu do Hospital e das Caldas) João Serra disse tratar-se de um local de residência real no século XIX. O autor do projecto foi o arquitecto Rodrigo Berquó, que também dirigiu as termas durante sete anos.

“Conheci este edifício como tribunal, até à criação do actual, em 1959”, informou o historiador, acrescentando que nos anos 80 o imóvel foi intervencionado e transformado em museu.

A Confraria da Pera Rocha é uma confraria gastronómica, que tem o objectivo de promover e divulgar o consumo e o bom-nome deste fruto, assim como incentivar a investigação e o seu património gastronómico nos seus múltiplos aspectos.

Fundada em 2004 no Cadaval, esta entidade tem como padrinhos a Confraria das Sopas e a Confraria dos Enófilos da Estremadura e conta com 70 membros.

Fátima Ferreira

fonte: http://www.gazetacaldas.com/Desenvol.asp?NID=26226
Gazeta de Caldas
Sexta-feira, 29 Maio de 2009 · ANO LXXXIII · Nº 4758

Germer Porcelanas reduz impacto ambiental

fonte: http://www.paranashop.com.br/colunas/colunas_n.php?op=notas&id=24756
[19-05-2009]

Preocupada com o impacto ambiental causado pelas indústrias, a Germer Porcelanas empresa paranaense de porcelanas finas, está reaproveitando a água utilizada no processo de produção de seus produtos. A economia de água chega a 85% na fabricação das peças.

A vantagem é que toda a água utilizada no processo de preparação da matéria prima e acabamento da porcelana vão para um tanque central onde é novamente bombeado para os setores produtivos formando um circuito fechado.

A preocupação da Germer com o meio ambiente vai além do reaproveitamento da água, a empresa está investindo em equipamentos que utilizam gás natural como combustível, método ecologicamente correto. A caldeira a lenha utilizada para o fornecimento de vapor para os secadores da indústria será desativada, pois o gás natural será utilizado no aquecimento dos secadores. Com a mudança do combustível, parte das substâncias não reaproveitadas será reduzida e a água suja utilizada na lavagem será reutilizada.

Para o engenheiro de processos e laboratório da Germer, Hélio Luppi, esse processo preserva o meio ambiente. “Além da grande melhoria da qualidade do ar nas imediações da fábrica, o volume de efluentes lançados ao córrego que passa pela empresa é reduzido, preservando a qualidade da água que vai para o manancial que abastece o sistema de captação de águas para Campo Largo”.

No final de 2008, o IAP (Instituto Ambiental do Paraná) realizou uma inspeção na Germer e constatou que os 15% de efluentes não reaproveitados tem seu DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio), DQO (Demanda Química de Oxigênio) e PH (Potencial Hidrogeniônico) dentro dos limites exigidos pelo órgão.

Mercado Livre, semana passada







Pratos e terrinas com 150 anos de histórias


por Kátia Catulo Diana Quintela
14 Maio 2006


Há quem diga que, quando a Fábrica de Loiças de Sacavém fechou, em 1987, a freguesia de Loures adormeceu. Acabou-se o corrupio de mulheres a levar o almoço aos trabalhadores, as tabernas que se enchiam ao final de tarde e as reuniões secretas dos operários na Cooperativa Sacavenense. "Agora, esta terra não tem nem sequer uma pensão ou um cartório", conta Zeferino da Graça, antigo funcionário da unidade fabril, que hoje comemora 150 anos.

Razões para assinalar esta data não faltam aos habitantes da freguesia. Todos eles estão directa ou indirectamente ligados à Fábrica de Loiças. Antes de a unidade ser ali instalada, em 1856, Sacavém não passava de uma povoação com pouco mais de 300 habitantes.

"Vieram famílias inteiras da região alentejana, sobretudo da serra Loriga e das Minas de São Domingos que, ainda hoje, constituem o núcleo principal da população da freguesia", explica Ana Paula Assunção, directora dos museus municipais de Loures. Segundo os seus cálculos, um em cada três habitantes de Sacavém foi operário da fábrica.

É por isso que não é difícil encontrar memórias daqueles tempos em cada canto da freguesia. José Prata ou Jorge Henriques conheceram a Fábrica de Loiças de Sacavém quando ainda eram meninos. Cresceram lá dentro e saíram dali homens feitos. Cada um deles sabe contar as histórias de todos os operários: as jornadas de 10 ou 12 horas de trabalho, as doenças e os laços de solidariedade.

Jorge, aliás, foi o responsável pela abolição do trabalho à empreitada. "O operário tinha direito a um ordenado-base, que mal dava para sustentar a família." Se quisessem ganhar, mais teriam então de produzir mais peças. "Alguns nem almoçavam para ganharem um dinheiro extra", recorda o antigo chefe de divisão da loiça de mesa.

E, como o esforço "era desumano", Jorge propôs à administração acabar com essa política. A partir daí, conta, decidiu-se subir os salários e diminuir a quantidade de peças que cada operário tinha de fazer.

Mas nem por isso a vida dos operários ficou mais fácil. Continuavam a trabalhar horas seguidas debaixo de um calor que atingia os 42 graus de temperatura. "Quem colocava as loiças sanitárias em cima das vagonetas é que sofria mais", esclarece Zeferino da Graça. Nem os sacos de serapilheira molhados às costas aliviavam os operários.

Muitos acabaram por adoecer, explica Zeferino. A silicose ou o saturnino foram os males que tiraram muitas vidas aos operários.

José Prata sabe o que isso é. Uma vez por semana tem de deslocar-se a Lisboa para receber oxigénio. O pó do azulejo infiltrou-se nos pulmões, impedindo-o de respirar. "Quando começou a ser obrigatório usar máscaras, já era tarde", conta. Qualquer material que pusesse à frente do nariz só servia para lhe cortar ainda mais a respiração.

Mas as lembranças dos antigos operários da Fábrica de Sacavém não são apenas feitas de momentos amargos. As dificuldades de cada um eram problemas de todos. "Sempre que alguém não conseguia pagar as despesas com a saúde ou até um funeral, organizávamos peditórios", diz Jorge Henriques.

A ligação dos operários à fábrica nunca desaparece, mesmo depois da sua morte. Muitas das campas dos trabalhadores, no Cemitério de Sacavém, estão cobertas com azulejaria: "Alguns têm o seu retrato pintado por ceramistas da fábrica", diz Ana Paula Assunção.

fonte: http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=640381

Lavradio + Praça XV - 02/05/2009

LAVRADIO:


Porcelana D. Pedro II, déc. 1940





Porcelana Monte Alegre, prov. déc. 1950



faiança Ceramus, déc. 1930/1940


PRAÇA XV:


faiança Santa Cruz, prov. déc. 1960

pratos Piero Fornasetti






Em 10 de novembro de 1913, em Milão, Itália, nasceu Piero Fornasetti (1913 – 1988), um dos nomes mais influentes da decoração do século 20. Famoso pintor, escultor, decorador e ilustrador. Ficou famoso no mundo por seus painéis decorativos, objetos excêntricos e móveis em estilo anos 1950.



Seu trabalho é caracterizado pela combinação de uma rigorosa atenção ao detalhe, com um forte senso de imaginação, bom humor, elegância e misticismo.



Sua marca registrada é a utilização do rosto da soprano Lina Cavalieri que passou por suas mãos numa folha de revista da época, e a partir daí, o artista a decompôs, decorou-a, desfê-la, sempre mantendo a pose e olhar clássicos, tão ao gosto dos italianos.



Estima-se que o artista produziu mais de 11.000 itens enquanto estava vivo.



Os famosos pratos, cinzeiros, móveis estampados com pintura à mão e paredes coloridas que refletem o ambiente são alguns toques do mestre, além de invenções primorosas como compartimentos de guarda-chuvas no formato de malas empilhadas.



Tudo pode ser adquirido no show-room Fornasetti em Milão, onde seu filho Barnaba Fornasetti perpetua o trabalho de seu pai.



Preço médio de prato: US$ 150.



Setor de louça enfrenta concorrência chinesa


fonte:
http://www.parana-online.com.br/editoria/economia/news/137654/
03/09/2005
Lyrian Saiki

Milhares de peças de porcelana, cerâmica e de outros materiais, como madeira e gesso, estão em exposição desde ontem no Ginásio da Rondinha, em Campo Largo, onde acontece a XV Feira Nacional da Louça, que vai até o dia 11. O evento se realiza em um período em que o setor cerâmico enfrenta grandes dificuldades, principalmente por conta da concorrência chinesa, da queda do dólar e da alta do preço do gás natural. Apesar de todos esses contratempos, a expectativa é que a feira alavanque novos negócios e receba cerca de 60 mil visitantes.

“O cenário não está como gostaríamos. Estamos nos adaptando à nova situação”, afirmou o presidente do Sindicato das Indústrias de Vidros, Cristais, Espelhos, Cerâmica de Louça, Porcelana, Pisos e Revestimentos Cerâmicos no Paraná (Sindilouças-PR), José Canisso. Segundo ele, a queda do dólar representa uma das principais dificuldades do setor. Da produção anual - estimada em 450 milhões de peças -, entre 35% e 50% é exportada. “Fechamos negócios com o dólar alto e agora estamos entregando com a moeda baixa”, lamentou.

Sobre a alta do preço do gás natural, anunciado pela Petrobras, Canisso taxou tanto a estatal como a Compagás (responsável pela distribuição de gás natural no Paraná) como “insensíveis.” “Muitos estão mandando os fornos para outros estados”, afirmou. Conforme a Petrobras, o gás que vem da Bolívia - e abastece os estados do Sul - terá aumento de 33%. A primeira parcela, de 10%, já começou a ser aplicada no dia 1.º de setembro. A segunda, de 13%, deve ser aplicada a partir de 1.º de novembro, e o restante em janeiro de 2006.

Para o empresário Antônio Girardi, diretor-presidente da Germer Porcelanas Finas, caso o aumento do preço de gás natural chegue às fábricas, ele terá que ser repassado ao consumidor. “A indústria não tem como absorver mais nada. Se qualquer reajuste de 1% já vira uma briga, imagina então de 33%?”, questionou. Segundo ele, todos os contratempos enfrentados pelo setor já estão implicando em crescimento este ano. “As vendas em 2004 foram excelentes. No início de 2005, estimamos crescimento de 20%, mas devemos repetir os números do ano passado, com dificuldades”, afirmou. A Germer está instalada em Campo Largo há 26 anos e produz 700 mil peças por mês.

Além da alta do preço do gás natural, o setor de louças - especialmente o de porcelanas - ainda enfrenta a concorrência de produtos chineses que, segundo Girardi, custam até 60% menos que os nacionais. “Não falo em qualidade, mas em preço. E o que as pessoas procuram é preço menor, não adianta.”

Para o diretor Fábio Faria, que participou ontem da abertura da feira como representante do Ministério do Desenvolvimento, o setor cerâmico tem que se organizar para enfrentar a “concorrência desleal” da China. “O setor tem que se organizar. Depende da iniciativa do setor em argumentar, colocar o seu ponto de vista para que o governo federal tome alguma decisão sobre isso”, afirmou Faria.

37 empresas

O pólo cerâmico de Campo Largo é formado por 37 empresas, que geram 14 mil empregos diretos e indiretos. O setor é líder em produção, fabrica 90% da porcelana branca de mesa nacional, 83% das porcelanas da América Latina, 40% das cerâmicas de mesa e mais de 16 milhões de metros quadrados de pisos e revestimentos ao ano.

Serviço: A Feira Nacional da Louça acontece das 14h às 22h (dias úteis) e das 10h às 22h (sábados, domingos e feriados), no Ginásio da Rondinha, BR 277, km 20. Ingresso a R$ 3,00.

Expectativa no mercado internacional

Para o proprietário do Atelier Fedalto & Otero, Marcelo Fedalto, as expectativas não poderiam ser melhores. Ainda este ano ele estará levando suas peças para a Galeria Lafayette, na França, onde espera divulgar seus produtos para o mundo todo. “Lá fora, o reconhecimento é muito maior”, garante. Fedalto se concentra especialmente em peças de cerâmica - especialmente vasos -, com pintura feita à mão. “É tudo artesanal”, garante. O atelier surgiu há dois anos com a produção de 10 mil peças por mês e hoje já são 30 mil.

Para a designer Daniela Botelho, a feira tem gostinho de novidade. “É a primeira vez que apresento o meu trabalho ao público”, afirmou Daniela, que trabalha com linhas de peças exclusivas e faz a pintura à mão há seis meses. O produto, praticamente exclusivo, concorre com marcas já conhecidas no quesito preço. Um jogo de seis pratos rasos, por exemplo, sai por R$ 90,00.

Mas a feira é também para quem procura peças mais baratas. Caso de pratos de porcelana da Schmidt, vendidos por R$ 1,99 cada. O industrial Valdemir Pansani, de Pedreiras (SP), viajou quase 620 quilômetros e arrematou o estoque de 12 caixas - 144 pratos no total. O objetivo é revender em sua loja. “Esses pratos estão com o preço abaixo do custo. Um prato de porcelana, sem decalque (estampa), não sai por menos de R$ 3,20”, afirmou. (LS)

Decisão da Bolívia preocupa produtores de porcelana do Paraná


fonte: http://www.parana-online.com.br/editoria/especiais/news/175740/
03/05/2006
Agência Estado

Expectativa e esperança são os dois sentimentos que animam os empresários paranaenses, sobretudo os dos setores de cerâmica e porcelana, que consomem 20% do gás natural que chega ao Paraná. "Achamos que é apenas uma troca de fornecedor, mas quando estatiza fica mais complicado, por isso a expectativa", disse o presidente do Sindicato da Indústria da Louça e Porcelana do Paraná (Sindilouça), José Canisso. "Mas há uma grande esperança, pois eles precisam vender."

Canisso espera uma posição definitiva nos próximos 180 dias, mas não acredita que seja necessário as empresas adotarem seus planos alternativos. "Mas podemos usar GLP ou outras fontes, apesar de ficar mais caro", disse. O gás natural representa 20% no custo de qualquer peça. "Já sofremos a crise Collor, a das porcelanas chinesas, o alto preço do gás, e continuamos vivos", ponderou.

Em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, responsável por cerca de 90% do mercado nacional de porcelana, oito empresas utilizam 150 mil metros cúbicos de gás por dia. O sistema foi implantado em 2000.

Dessas empresas, duas - Incepa e Euro Gles - utilizam exclusivamente o gás natural para a queima da matéria-prima. As outras têm outras alternativas implantadas e que atuam concomitantemente, como madeira, GLP e energia elétrica. A direção da Incepa estava em reuniões e não pôde atender a reportagem. Apenas uma nota foi divulgada. Nela, o presidente da empresa, Jorge Francino, alertou que a produção pode ser afetada diretamente, no caso de haver paralisação na importação de gás. A Incepa utiliza 1,5 milhão de metros cúbicos de gás natural por mês.

"Estamos atentos à situação, acreditando que o governo brasileiro está se mobilizando positivamente na busca de uma solução que atenda às empresas que usam o insumo em suas linhas de produção", disse o presidente, de acordo com a nota. Outras empresas preferiram manifestar-se somente por meio do sindicato.

O presidente da Companhia Paranaense de Gás (Compagás), responsável pela distribuição do produto no Estado, Luiz Carlos Meinert, viajou ao Rio de Janeiro para participar de reuniões na sede da Petrobras. Ele pediu apenas cautela para os clientes. "O fato mais importante é que a Petrobras garantirá o abastecimento normal do gás natural", explicou. A Compagás, que depende exclusivamente do gás boliviano, distribui diariamente 750 mil metros cúbicos no Estado - 90% para indústrias e 10% para residências, comércio e automóveis.

Racionamento de água preocupa indústria


fonte: http://www.parana-online.com.br/editoria/economia/news/189642/
Lyrian Saiki
26/07/2006

A indústria do Paraná - especialmente setores que utilizam grande volume de água no processo de produção - já acionou a luz amarela. Embora as grandes empresas contem com reservatórios gigantes ou com sistemas que proporcionem a reutilização da água - sem contar os poços artesianos, alternativa cada vez mais procurada -, o iminente racionamento não deixa de ser motivo de preocupação.

“Essa falta de água é preocupante. Nosso setor, acredito, utiliza cerca de 40% da água do município”, afirmou José Canisso, presidente do Sindicato da Indústria de Vidros, Cristais, Espelhos, Cerâmica de Louça e Porcelana no Paraná (Sindilouça-PR), referindo-se às fábricas localizadas em Campo Largo.

Só na Germer, unidade instalada naquele município e que produz cerca de 700 mil peças de porcelana ao mês, são cerca de 200 mil litros de água consumidos por dia. “O setor (de porcelana) usa muita água, mas temos uma pequena estação de tratamento e quase todo o volume de água retorna ao processo de produção”, explicou o diretor industrial da Germer, Márcio Luiz Cruzara. Segundo ele, a fábrica capta água de um manancial que passa pelas suas instalações e deságua no Rio Itaqui. “O racionamento não nos afetou, mas preocupa”, afirmou.

Em outra grande fábrica de porcelana em Campo Largo - a Schmidt, responsável pela produção de aproximadamente 1,3 milhão peças por mês -, o sistema de reutilização de água também foi implantado, há cerca de três anos. “Esse sistema facilitou muito. Se não o tivéssemos, com certeza sentiríamos mais o problema de falta de água”, apontou o gerente de produção da unidade em Campo Largo, Roberto Lange. Além da reutilização, a fábrica conta ainda com um poço artesiano, que pode ser usado em caso de emergência. “Essa falta de chuva preocupa. Os rios ao redor da fábrica estão todos com nível baixo”, afirmou.


Pouco impacto

Para o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR), o iminente racionamento de água - que ainda vem sendo estudado pela Sanepar, e não tem data para começar - não deve afetar o nível de produção das indústrias instaladas no Estado. “As empresas normalmente têm reservatórios ou estação para reuso da água, ao contrário da energia elétrica, que não tem como ser armazenada”, comparou o supervisor técnico do Dieese-PR, Cid Cordeiro. Segundo o economista, os setores industriais que mais utilizam água no Paraná são o de alimentos e bebidas, papel, indústria química, montadoras e construção civil. “O racionamento não deve afetar as atividades desses setores, nem trazer impacto econômico”, arrematou o economista.

Previsão

A expectativa é que uma frente fria chegue entre amanhã e sexta-feira trazendo chuvas, conforme previsão do Sistema Meteorológico do Paraná.

Setor da louça dribla concorrência chinesa


fonte: http://www.parana-online.com.br/editoria/economia/news/198217/
08/09/2006

Ganhar pouco em cima de muito. É essa a aposta de muitas indústrias de cerâmica e porcelana instaladas em Campo Largo, na tentativa de driblar a concorrência chinesa. “A China continua sendo um problema, pois representa uma concorrência desleal, com mão-de-obra praticamente escrava. Vimos, porém, que não adiantava brigar no Legislativo, no Judiciário. O jeito era concorrer no preço”, afirmou o presidente do Sindicato da Indústria de Vidros, Cristais, Espelhos, Cerâmicas, de Louça e Porcelana no Paraná (Sindilouças-PR), José Canisso.

Seguindo esta linha, muitas empresas decidiram aumentar o volume de unidades produzidas e reduzir a lucratividade. “Antes, as fábricas ganhavam muito em cima de pouco. Agora é o contrário.” Nos últimos cinco anos, segundo Canisso, o volume de peças produzidas em Campo Largo aumentou quase 50%. O faturamento, porém, continua o mesmo: cerca de US$ 500 milhões por ano. “Com o detalhe que o dólar chegou a R$ 3,50, e agora está em R$ 2,14”, afirmou, referindo-se ao câmbio desfavorável.

A Studio Tacto/Tirolesa é uma das fábricas que decidiu investir no aumento de produtividade. Atualmente, produz cerca de 1,2 milhão peças ao mês, mas tem o objetivo de chegar a 2 milhões. “Temos preços bem competitivos, pratos de cerâmica a partir de R$ 0,90”, afirmou o gerente Donizetti Cari. O gerente reclama, porém, do preço do gás natural - combustível utilizado nos fornos de cerâmica e porcelana. “Hoje o gás representa 22% do custo; é o item que mais pesa.”

Na fábrica de cerâmicas Portela, a reclamação é principalmente quanto à concorrência chinesa e à alta carga tributária que, segundo a gerente Viviane Portela, ‘consome’ quase 40% do faturamento. “Se vendemos R$ 100 mil, R$ 40 mil vão para o governo”, comentou. A fábrica, que produz cerca de 150 mil peças por mês e emprega 46 pessoas, já chegou a produzir 190 mil peças e ter um quadro com 58 funcionários. A redução, segundo ela, ocorreu há dois anos. “Com os produtos da China, tivemos que reduzir os custos”, explicou Viviane. O estande da Portela era um dos mais concorridos ontem, na 16.ª Feira Nacional da Louça, em Campo Largo. O motivo: preço baixo. “Um jogo de jantar de 13 peças está saindo por R$ 16,00 (média de R$ 1,23 por unidade), abaixo até do que a gente vende para o lojista, que é R$ 18,90”, exemplificou.

O pólo cerâmico de Campo Largo é formado por aproximadamente 40 empresas, entre pequenas (familiares), médias e grandes fábricas que geram 14 mil empregos diretos e indiretos. O setor é líder em produção, fabrica 90% da porcelana branca de mesa nacional, 83% das porcelanas da América Latina, e mais de 16 milhões de metros quadrados de pisos e revestimentos ao ano. A produção anual estimada é de 450 milhões de peças.

A 16.ª Feira Nacional da Louça segue até o próximo dia 17, no Ginásio da Rondinha. A expectativa do Sindilouça-PR é receber cerca de 70 mil visitantes.

Indústria nacional de porcelanas reclama da concorrência externa



foto: Daniel Derevecki

Os fabricantes nacionais de porcelana estão declarando guerra aos produtos chineses que entram no Brasil com preços até 60% mais baixos.

Mas o custo do produto não é o motivo da briga, e sim o alto teor de chumbo que a porcelana asiática concentra, muito além do permitido pela legislação brasileira.

Representantes do setor se reuniram ontem em Curitiba para decidir se entram na Justiça contra a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que o órgão fiscalize a entrada desses produtos no País.




De acordo com presidente do Sindilouça-PR, José Canisso a própria Anvisa é quem regula a legislação que trata no teor de chumbo nesses produtos, que não pode passar de 0,8%.

"A Anvisa é rigorosa quando nós exportamos, mas não aplica a mesma rigidez na entrada desses produtos no País. José Canisso, presidente do Sindilouça-PR."

No entanto, testes encomendados por entidades do setor de louças, porcelanas e vidros ao Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e o laboratório SCG do Brasil comprovaram que os índices estão bem acima do permitido, chegando, em alguns casos, a até 5%. Os resultados desses exames foram encaminhados à Anvisa.

Segundo ele, o setor quer que a fiscalização seja feita e que os produtos importados passem obrigatoriamente a apresentar laudos de laboratórios credenciados internacionalmente na entrada no País. O sindicalista não nega que a mobilização também tem relação com a proteção de mercado, e ressalta que além da saúde pública, o problema é social.




O setor gera mais de 30 mil empregos no Brasil, sendo que só na região de Campo Largo, onde ficam as maiores produtoras de cerâmica da América Latina, são seis mil empregos diretos e o dobro de indiretos. É muita gente trabalhando em todas as empresas, e todos dependem do crescimento do setor”, ponderou. Só na região de Curitiba são produzidos 450 milhões de peças por ano, e 35% vão para o exterior.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) indicam que as importações de conjuntos de jantar, café e chá de porcelana saltaram de US$ 2,7 milhões no primeiro trimestre de 2007 para US$ 4,1 milhões no mesmo período deste ano.

A China lidera as importações, e de janeiro a março deste ano mandou para o Brasil cerca de US$ 4 milhões de aparelhos de cerâmica.


Anvisa aponta inconsistência

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou, através de sua assessoria de imprensa, que recebeu do Sindilouça do Paraná, em maio deste ano, laudos sobre a presença de chumbo em pratos de porcelana chinesa, e considerou o material inconsistente. Isso porque, não apresentava a identificação do laboratório que fez as análises, tampouco a quantidade amostrada, período e local onde as peças analisadas foram recolhidas.

Mesmo assim, a Anvisa informou que por medida de precaução e proteção da saúde da população brasileira, irá propor atualização da legislação nacional que trata de embalagens e equipamentos de vidro e cerâmica em contato com alimentos. (RO)

Produção concentra processos artesanais




A porcelana é composta por 16 produtos - sendo a maior concentração de argila, areia de quartzo, caulim e feldspato -, que são misturados com água em moinhos onde ficam em descanso por cerca de 50h.

A segunda etapa do processo consiste em filtrar o material e retirar a unidade e o ar. Após quinze dias a massa resultante da mistura está pronta para iniciar o processo de moldagem das peças.

Dentro de formas, as peças passam pela primeira queima, em fornos que atingem temperaturas superiores a 800 graus. Esse processo dura 16h.

Após receberem uma camada de esmalte, as peças seguem para outro forno, que passa de 1.300 graus, por mais 18h.

Na fábrica da Germer, em Campo Largo, considerada uma das maiores do Brasil, onde são produzidas 900 mil peças por mês, entre 65% a 70% da produção é branca. O restante recebe alguma decoração cujo preço final acresce cerca de 40%. (RO)

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