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Racionamento de água preocupa indústria


fonte: http://www.parana-online.com.br/editoria/economia/news/189642/
Lyrian Saiki
26/07/2006

A indústria do Paraná - especialmente setores que utilizam grande volume de água no processo de produção - já acionou a luz amarela. Embora as grandes empresas contem com reservatórios gigantes ou com sistemas que proporcionem a reutilização da água - sem contar os poços artesianos, alternativa cada vez mais procurada -, o iminente racionamento não deixa de ser motivo de preocupação.

“Essa falta de água é preocupante. Nosso setor, acredito, utiliza cerca de 40% da água do município”, afirmou José Canisso, presidente do Sindicato da Indústria de Vidros, Cristais, Espelhos, Cerâmica de Louça e Porcelana no Paraná (Sindilouça-PR), referindo-se às fábricas localizadas em Campo Largo.

Só na Germer, unidade instalada naquele município e que produz cerca de 700 mil peças de porcelana ao mês, são cerca de 200 mil litros de água consumidos por dia. “O setor (de porcelana) usa muita água, mas temos uma pequena estação de tratamento e quase todo o volume de água retorna ao processo de produção”, explicou o diretor industrial da Germer, Márcio Luiz Cruzara. Segundo ele, a fábrica capta água de um manancial que passa pelas suas instalações e deságua no Rio Itaqui. “O racionamento não nos afetou, mas preocupa”, afirmou.

Em outra grande fábrica de porcelana em Campo Largo - a Schmidt, responsável pela produção de aproximadamente 1,3 milhão peças por mês -, o sistema de reutilização de água também foi implantado, há cerca de três anos. “Esse sistema facilitou muito. Se não o tivéssemos, com certeza sentiríamos mais o problema de falta de água”, apontou o gerente de produção da unidade em Campo Largo, Roberto Lange. Além da reutilização, a fábrica conta ainda com um poço artesiano, que pode ser usado em caso de emergência. “Essa falta de chuva preocupa. Os rios ao redor da fábrica estão todos com nível baixo”, afirmou.


Pouco impacto

Para o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR), o iminente racionamento de água - que ainda vem sendo estudado pela Sanepar, e não tem data para começar - não deve afetar o nível de produção das indústrias instaladas no Estado. “As empresas normalmente têm reservatórios ou estação para reuso da água, ao contrário da energia elétrica, que não tem como ser armazenada”, comparou o supervisor técnico do Dieese-PR, Cid Cordeiro. Segundo o economista, os setores industriais que mais utilizam água no Paraná são o de alimentos e bebidas, papel, indústria química, montadoras e construção civil. “O racionamento não deve afetar as atividades desses setores, nem trazer impacto econômico”, arrematou o economista.

Previsão

A expectativa é que uma frente fria chegue entre amanhã e sexta-feira trazendo chuvas, conforme previsão do Sistema Meteorológico do Paraná.

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