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praça XV - 12/07/2008

Hoje encontrei na feira da praça XV algumas peças bastante simpáticas, e ao mesmo tempo bem interessantes em termos de pesquisa.

A primeira peça é uma travessa grande da Nadir, muito bonita (para os que gostam de decorações toscas de estanhola, e peças simples:



Achei muito importante encontrar uma peça Nadir com uma decoração tão simples e bem parecida com peças das antigas cerâmicas, como as da cidade de Mauá, por exemplo. Isso pois este tipo de decoração não é o mais corriqueiro em peças desta fábrica, que sempre usou muito decalque, ou peças com grandes áreas de cor sólida.

Além disso, a marca dela é bem mais "alta" do que as que mais se encontram por aí; o losango é bem aberto, e as letras são mais verticais, altas, o que a faz ser a mais próxima da marca registrada no INPI, que é um losango equilátero.

Esta "variação" da marca eu já vi algumas poucas vezes, sendo que a última foi um jarrão de vinho, idêntico a um jarrão da Santa Rita que eu possuo. Como sabemos, a Santa Rita foi uma das primeiras fábricas de louça de pó-de-pedra do Brasil, e foi absorvida pela Nadir em 1943, que revendia seus artigos.

Reparem como a marca mais comum da Nadir, abaixo, é mais horizontal, há menos espaço entre as letras e a moldura do losango, o desenho do "D" é mais aberto, mais arredondado (na marca acima parece com um arco de arco-e-flexa):



Isso me faz acreditar cada dia mais que esta "variação" da marca, mais alta, mais aberta, com letras mais altas e mais grossas, seja a primeira marca usada pela Nadir ao inaugurar sua fábrica em 1948.

Junto com esta travessa eu comprei esta outra da Cerâmica Matarazzo, fábrica de São Caetano:



Em outra pessoa comprei este prato de sobremesa da Adelinas, com a marca de 1933:



Gostaria de saber de onde foi "inspirada" esta estanhola de peras, pois eu possuo uma peça da Cerâmica Mauá com um desenho parecido, o que sugere haver um "acestral" comum para esta decoração.

Há tempos que já conheço esta decoração da Adelinas, e já gostava muito, mas ainda não havia encontrado um exemplar para mim. Menos uma "pendência" em minha coleção! ;-)

Já na saída da feira, encontrei esta última peça, uma legumeira da Santo Eugênio:



Voltei para casa ainda mais satisfeito do que já estava, pois ainda não havia conseguido comprar uma peça Santo Eugênio deste modelo, que tem este baixo relevo com incisões formando um canelado apenas na faixa colorida próxima da borda da peça.

Acredito que esta peça se localize pelo início dos anos 1950, pois este decalque foi MUITO usado por várias fábricas por esta época (houve até mesmo uma fábrica de bibelôs aqui no Rio, a marca "L", que começou a produzir em 1952, que talvez tenha usado este decalque mais do que qualquer outro em suas peças).

4 comentários:

  1. Gostei de ver suas compras!! Achei muito bonita a travessa Nadir!!!!!
    Um abraço,
    Wahington

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  2. Olá,lindas as peças,todas,tenho algumas da NADIR assim antigas,mas tenho que procurar,pois as guardei por estarem manchadas,mas acho que mesmo assim vale fotografar,não?
    abços!

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  3. Olá, Fábio, abrindo a caixa postal dei com teu link do blog, já estava com saudades! Pergunta de leiga: que vem a ser "estanhola"? Um tipo de stencil? Abs, Monica.

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  4. Olá Monica, tudo bom?

    Sim, estanhola é um estêncil, ou molde vazado, que antigamente era feito com folha de estanho, depois passou a ser feito com papel ou plástico, e ficou o nome derivado da folha de estanho.

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