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praça XV - 09/08/2008

Hoje voltei à feira da praça XV, depois de 1 mês sem visitá-la. O tempo hoje está uma delícia para ficar em casa, um pouco frio, nublado, às vezes uma chuvinha fina... Mas para a feira, isso é muito ruim!!

A feira estava bem vazia de público, mas desta vez quase todos os vendedores habituais estavam lá. A sorte é que a feira da praça XV acontece debaixo de um imenso viaduto, então ela é protegida de vento e chuva, diferente das demais, completamente à mercê das intempérires.

Mas mesmo assim, uma vez mais, a feira estava fraca. Há muito tempo que boas novidades estão se tornando raras, e os preços também andam mais altos. De toda forma, consegui algumas coisas que me fizeram feliz:

Minha primeira compra foi um jogo de café da Porcelana D. Pedro II, déc. 1950, com um decalque que é muito comum de se encontrar em peças da Real e Schmidt dos anos 1940/50:



Eu sempre fico muito feliz quando encontro alguma coisa da D. Pedro II com decoração para uso residencial, pois esta fábrica (quase vizinha de minha casa) produzia principalmente para uso comercial, em bares, restaurantes, hotéis, empresas, etc.


Em seguida achei esta petisqueira da Cerâmica Mauá, com decalque "chita" (Chintz) parecida com outra que já tenho. O curioso é que a decoração foi completada com pedaços de um decalque diferente do principal; reparem que a combinação de flores no meio da peça, no círculo, é diferente (embora bem parecida). A outra petisqueira que tenho é todo coberta com este decalque que está no centro da peça.




Comprei ainda duas xícaras de chá de faiança, uma da Conrado Bonário:




E outra da "RR", do Romeo Ranzini, com um desenho diferente das demais que já tenho, mais declaradamente oriental:



Não sou exatamente um fã destas xícaras imitação de louça japonesa que o Ranzini produziu desde (ao menos) a fábrica Matarazzo de SP, até sua última fábrica, em Osasco, mas sou um fã incondicional do sujeito, pelo tanto que ele representa para que nossa indústria de louças se provasse viável. O Ranzini teve 3 fábricas, mas nunca chegou a ficar rico, pois era um idealista, criou uma fábrica enorme (Santa Catharina) quando ninguém acreditava que haveria mercado para louça de faiança fina produzida no Brasil, pesquisou e desenvolveu pastas cerâmicas, vernizes e glazuras por conta própria, com praticamente 100% de matéria prima nacional, trouxe técnicos estrangeiros e formou um enorme contingente de mão-de-obra local, e com isso assentou o terreno para que depois dezenas de outras fábricas pudessem se instalar, e fazer muito dinheiro.


E quando já estava finalizando o passeio na feira, encontrei esse jogo de bolo LINDO da Nadir, déc. 1950, com o meu querido decalque "Rosas Fontana":



Em resumo, fiquei muito satisfeito com a feira hoje, sendo minhas compras preferidas o jogo de café D. Pedro II e o jogo de bolo Nadir.

2 comentários:

  1. FAbio amigo
    quanta sabedoria e conhecimento voce adquiriu sobre a ceramica brasileira em tao pouco tempo! parabens mesmo, teu esforço e vitória são invejáveis. Teus comentários sobre o Ranzini são maravilhosos. E as peças, lindas!
    Que bom que os amantes de porcelanas no Brasil podemos contar com voce como guia, colecionador e expert!
    Abraço e vida longa!
    Luiz Mott, Bahia

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  2. Oi,lindas as peças e adorei o Jogo da D.Pedro.A estória deste Ranzini merece mesmo ser contada,quando cadastrar alguma peça desta manufatura,vou escrever isso,empreendedor mesmo.A xícara da Conrado Bonário lembra, e muito,um jogo meu alemão anunciado da waechtersbach[manufatura alemã que era grande ceramista,produtora de azulejos] e que existe até hoje.Aqui tbem uma chuva danada.

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