de Ricardo Moura
site Vale Paraibano
25 de maio de 2003
http://jornal.valeparaibano.com.br/2003/05/25/sjc/weiss.html
Ex-proprietário de uma cerâmica, Leopoldo Weiss já foi um dos homens mais ricos de São José e hoje vive em casa improvisada (foto em 2003).
O ex-proprietário da Cerâmica Weiss, Leopoldo Weiss, 77 anos, foi um dos homens mais ricos de São José dos Campos entre as décadas de 70 e 80, período em que administrou a fábrica. Hoje, ele vive com esposa em uma casa improvisada no prédio onde funcionava a escola da empresa.
Leopoldo Weiss perdeu tudo o que tinha após a falência da cerâmica, em 1995. As propriedades que ele possuía foram incorporadas à massa falida da empresa para o pagamento de dívidas.
Desde o fechamento da fábrica, o ex-proprietário da Weiss adotou um estilo de vida simples, sem as grandes ostentações do período em que dirigia a cerâmica. A empresa era uma das maiores de São José nos anos 70 e exportava produtos para os Estados Unidos, Europa e Japão.
O ex-proprietário da Cerâmica Weiss, Leopoldo Weiss, com as peças de cerâmica produzidas durante o apogeu da fábrica em São José (foto em 2003).
A casa onde ele mora atualmente tem seis cômodos com uma decoração feita basicamente com peças produzidas na cerâmica. A residência fica ao lado do antigo prédio da fábrica, no bairro Santana, zona norte.
Os funcionários da empresa que trabalhavam na empresa na época lutam para receber a indenização até hoje. A maioria abandonou a profissão de ceramista e trabalha em outras atividades (leia texto nesta página).
Ao falar com o ValeParaibano, Leopoldo Weiss demonstrou tranquilidade em relação à situação que está vivendo hoje. Sobre o assunto, ele usou um trecho da música do sambista Zeca Pagodinho para explicar a maneira que enfrenta o dia-a-dia. "Deixa vida me levar. Vida leva eu", disse.
Leopoldo Weiss assumiu os negócios da família após a morte dos pais --Roberto Weiss e Ines Bonádio--, na década de 70. O apogeu dos negócios levou o ex-proprietário da cerâmica a frequentar as colunas sociais dos jornais quase diariamente.
Longe das badalações, Leopoldo Weiss curte sua aposentadoria em casa. Ele mantém alguns hábitos da época que dirigia a empresa como jogar golfe nos finais de semana.
"Adoro jogar golfe. A idade não atrapalha e sou um bom jogador. No último campeonato que participei fui campeão", disse Weiss.
FALÊNCIA - Weiss atribui a falência da fábrica ao governo do ex-presidente José Sarney (1985-1989), no período de redemocratização do país.
"Os sobressaltos da economia e os planos econômicos da época atrapalharam a exportação da cerâmica. Daquele período em diante, a empresa entrou em crise e fechou na década de 90", disse Weiss.
A Cerâmica Weiss chegou a ter 1.200 funcionários. A fábrica produzia mais de 10 mil peças de cerâmica por dia. O valor arrecadado com as exportações atingiu um patamar de US$ 6 milhões por ano.
Weiss mantém um advogado que acompanha o processo de falência da cerâmica. Ele tem a esperança de conseguir alguma propriedade que foi destinada para pagar as dívidas da empresa na época da falência. "Estou tentando reaver uma das casas que eu tinha na época", disse.
Ex-proprietário da Weiss vive sem pompas
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