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Museu dos azulejos será reaberto para visitação (jornal A TARDE)

Museu dos azulejos será reaberto para visitação

Qua, 24/06/2015 às 14:50
Luis Fernando Lisboa
Fernando Amorim l Ag. A TARDE

Fechado há oito meses, Museu Udo Knoff é referência em azulejaria portuguesa e estrangeira

Quando chegaram ao Brasil, no século 16, os portugueses extraíram daqui tudo que puderam. A Colônia se transformou na principal fonte de bens que deveriam engordar os cofres da metrópole.Essa relação também proporcionou trocas culturais entre os dois países que até hoje fazem parte do cotidiano. Na lista desses legados está o universo da azulejaria.

Em Salvador, cidade que detém o maior conjunto de azulejos portugueses no Brasil, parte desse patrimônio histórico pode ser encontrado no Museu Udo Knoff.

Localizado no Pelourinho, o espaço está há oito meses fechado para visitação por conta da reestruturação da sua expografia.

Segundo Ana Liberato, responsável pela gestão da Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Dimus/Ipac), o museu será reaberto na segunda quinzena de julho.

"Os trabalhos foram iniciados no ano passado e não demorariam tanto. O problema foi a coincidência com o fechamento do exercício financeiro da última gestão do governo do Estado. Com a mudança de governador, tivemos que esperar a abertura do novo exercício".

Ana esclarece que o museu tinha uma exposição permanente do seu acervo e cedia um dos seus espaços para que outros artistas mostrassem suas obras.

"O problema é que essa logística estava nos prejudicando porque o museu não é tão amplo. Resolvemos distribuir as peças em todas as salas e fazer uma exposição de longa duração", detalha.

Reconhecimento externo

A museóloga Renata Alencar, que trabalha há seis anos no setor de museologia do local, diz que foi o artista plástico Udo Knoff quem devolveu à azulejaria o status de relevância em Salvador.

Ao chegar à cidade, na década de 1950, ele se encantou pelo teor artístico das peças e resgatou parte delas nas demolições do Pelourinho. Os casarões históricos passavam por um processo de destruição em busca de uma modernidade.

Segundo Renata, até a chegada de Udo ninguém tinha noção de origem ou estilo desses azulejos. Só os painéis historiados (que retratam cenas sacras ou profanas) eram estudados no país.

"Ele iniciou essas pesquisas na Bahia e foi o professor que implantou o curso de cerâmica na Escola de Belas Artes (Eba)".

Nova estrutura

O Museu Udo Knoff foi criado, em 1994, para reunir todo o acervo angariado pelo artista ao longo dos anos. O local concentra cerca de 1200 peças de azulejo e cerâmica recolhidas em território baiano.

O alemão não pôde ver a concretização do seu projeto porque morreu em junho daquele ano. Neste mês, completam-se 21 anos da despedida do ceramista.

A artista plástica e restauradora de azulejos Zeila Machado é responsável pela nova estrutura expográfica do Museu Udo Knoff.

Desde agosto de 2014 envolvida com o novo projeto, Zeila afirma que antiga organização não estava tão clara para os visitantes. "Precisamos passar as informações históricas com muita precisão para o público. Não existia, por exemplo, uma datação correta dos azulejos", comenta.

Zeila aponta que a nova estrutura vai trazer uma linha do tempo da azulejaria no Brasil. "Temos exemplares que mostram o estilo de cada século. Vamos contar a história da azulejaria portuguesa e a sua relação com outros países".

No museu, além de exemplares portugueses, também é possível encontrar azulejos espanhóis, franceses, ingleses, holandeses e italianos. Todos faziam parte da coleção pessoal de Udo Knoff. Para Zeila, a riqueza da coleção de Udo é a possibilidade de falar diferentes coisas a partir do mesmo material. "O arquivo coletado por ele permite isso", finaliza.

fonte: http://atarde.uol.com.br/cultura/exposicao/noticias/1691382-museu-dos-azulejos-sera-reaberto-para-visitacao

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