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absurdos brasileiros


Talvez alguns por aqui saibam que estou escrevendo um livro, que será um guia para a identificação e datação de peças de faiança e porcelana brasileiras. O livro terá muito mais informações que o site, e já conta com mais de 1000 (mil!) marcas identificadas e datadas, e (creio) será um prático e imprescindível "guia de campo" para uso em feiras, leilões e antiquários.


O livro está praticamente pronto, e só não pode ainda ir para a impressão por conta de absurdos das nossas instuições públicas, que gastam dinheiro público para, em teoria, cuidar do acervo cultural (e neste caso, industrial também) do nosso país.

O absurdo é que as bibliotecas que possuem (ou possuiam, como vocês vão ver mais adiante) os acervos bibliográficos para a pesquisa do livro cometeram verdadeiros CRIMES contra o patrimônio público e a cultura nacional. Vejam só:

- A biblioteca do INPI do Rio de Janeiro (o INPI é a instituição responsável pelos registros de marca e de propriedade industrial, e que é a responsável por publicar uma revista (RPI) onde são publicados os registros) NÃO POSSUI em acervo a coleção completa da Revista de Propriedade Industrial. Na ouvidoria do INPI fui informado que "estão fazendo todo o esforço possível para completar este acervo, ou ao menos microfilmar (que coisa MODERNA!!!) os números faltantes, blá blá bláblá". Mas na verdade passado um ano que comecei a pesquisa, SEQUER UM NÚMERO À MAIS da RPI entrou no acervo. E eles tem microfilmado (segundo funcionários) praticamente todos os anos da revista. Mas o equipamento para VER os microfilmes está quebrado por falta de manutenção, e (também segundo funcionários) não será consertado. E o pior NÃO EMPRESTAM DE FORMA ALGUMA os microfilmes para que sejam consultados em outras bibliotecas!!! Em resumo: é um "arquivo morto".

- A Delegacia regional do INPI em SP JOGOU FORA o acervo da RPI deles, e me disseram que "estávamos sem espaço, e ninguém consultava isso mesmo...". ISSO PARA MIM É CRIME CONTRA O PATROMÔNIO PÚBLICO!!!!

- E agora, o que para mim é o MAIOR ABSURDO de todos: A Biblioteca Nacional, uma das maiores do mundo, que deveria cuidar e preservar tudo que é publicado neste país, a ÚNICA (até onde eu já consegui verificar) biblioteca do país que tem TODAS as edições do D.O. COMPLETAS, com todas as seções e cadernos complementares, mandou TODO o seu acervo do Diário Oficial para um "anexo", que na verdade é um depósito no cais do porto (leia-se: UMIDADE), quase um purgatório, ou limbo, pois alguns funcionários da biblioteca já me afirmaram que essa história de que é este "anexo" está em reforma, e será "em breve" aberto ao público é mentira, que provavelmente o material que foi para lá (basicamente os periódicos de menor consulta, ou que estão microfilmados) nunca mais voltam. Já me alegaram que "outras bibliotecas" possuem o Diário Oficial, mas na verdade a ÚNICA biblioteca que possui a coleção completa da seção do D.O. que eu preciso (registro de marcas) é a biblioteca nacional.

Não sei o que fazer; me dá uma angústia danada a idéia de lançar o livro com um "buraco" na pesquisa na década de 1930 e anos 1940 e 1941. Mas até antes de março ele vai ter que sair, já me determinei. Até lá eu vou tentar criar um caso com a biblioteca e ver o que consigo.

Pena que sou apenas eu nisso.