fonte: http://www.parana-online.com.br/editoria/especiais/news/175740/
03/05/2006
Agência Estado
Expectativa e esperança são os dois sentimentos que animam os empresários paranaenses, sobretudo os dos setores de cerâmica e porcelana, que consomem 20% do gás natural que chega ao Paraná. "Achamos que é apenas uma troca de fornecedor, mas quando estatiza fica mais complicado, por isso a expectativa", disse o presidente do Sindicato da Indústria da Louça e Porcelana do Paraná (Sindilouça), José Canisso. "Mas há uma grande esperança, pois eles precisam vender."
Canisso espera uma posição definitiva nos próximos 180 dias, mas não acredita que seja necessário as empresas adotarem seus planos alternativos. "Mas podemos usar GLP ou outras fontes, apesar de ficar mais caro", disse. O gás natural representa 20% no custo de qualquer peça. "Já sofremos a crise Collor, a das porcelanas chinesas, o alto preço do gás, e continuamos vivos", ponderou.
Em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, responsável por cerca de 90% do mercado nacional de porcelana, oito empresas utilizam 150 mil metros cúbicos de gás por dia. O sistema foi implantado em 2000.
Dessas empresas, duas - Incepa e Euro Gles - utilizam exclusivamente o gás natural para a queima da matéria-prima. As outras têm outras alternativas implantadas e que atuam concomitantemente, como madeira, GLP e energia elétrica. A direção da Incepa estava em reuniões e não pôde atender a reportagem. Apenas uma nota foi divulgada. Nela, o presidente da empresa, Jorge Francino, alertou que a produção pode ser afetada diretamente, no caso de haver paralisação na importação de gás. A Incepa utiliza 1,5 milhão de metros cúbicos de gás natural por mês.
"Estamos atentos à situação, acreditando que o governo brasileiro está se mobilizando positivamente na busca de uma solução que atenda às empresas que usam o insumo em suas linhas de produção", disse o presidente, de acordo com a nota. Outras empresas preferiram manifestar-se somente por meio do sindicato.
O presidente da Companhia Paranaense de Gás (Compagás), responsável pela distribuição do produto no Estado, Luiz Carlos Meinert, viajou ao Rio de Janeiro para participar de reuniões na sede da Petrobras. Ele pediu apenas cautela para os clientes. "O fato mais importante é que a Petrobras garantirá o abastecimento normal do gás natural", explicou. A Compagás, que depende exclusivamente do gás boliviano, distribui diariamente 750 mil metros cúbicos no Estado - 90% para indústrias e 10% para residências, comércio e automóveis.
Decisão da Bolívia preocupa produtores de porcelana do Paraná
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