fonte: http://www.parana-online.com.br/editoria/economia/news/198217/
08/09/2006
Ganhar pouco em cima de muito. É essa a aposta de muitas indústrias de cerâmica e porcelana instaladas em Campo Largo, na tentativa de driblar a concorrência chinesa. A China continua sendo um problema, pois representa uma concorrência desleal, com mão-de-obra praticamente escrava. Vimos, porém, que não adiantava brigar no Legislativo, no Judiciário. O jeito era concorrer no preço, afirmou o presidente do Sindicato da Indústria de Vidros, Cristais, Espelhos, Cerâmicas, de Louça e Porcelana no Paraná (Sindilouças-PR), José Canisso.
Seguindo esta linha, muitas empresas decidiram aumentar o volume de unidades produzidas e reduzir a lucratividade. Antes, as fábricas ganhavam muito em cima de pouco. Agora é o contrário. Nos últimos cinco anos, segundo Canisso, o volume de peças produzidas em Campo Largo aumentou quase 50%. O faturamento, porém, continua o mesmo: cerca de US$ 500 milhões por ano. Com o detalhe que o dólar chegou a R$ 3,50, e agora está em R$ 2,14, afirmou, referindo-se ao câmbio desfavorável.
A Studio Tacto/Tirolesa é uma das fábricas que decidiu investir no aumento de produtividade. Atualmente, produz cerca de 1,2 milhão peças ao mês, mas tem o objetivo de chegar a 2 milhões. Temos preços bem competitivos, pratos de cerâmica a partir de R$ 0,90, afirmou o gerente Donizetti Cari. O gerente reclama, porém, do preço do gás natural - combustível utilizado nos fornos de cerâmica e porcelana. Hoje o gás representa 22% do custo; é o item que mais pesa.
Na fábrica de cerâmicas Portela, a reclamação é principalmente quanto à concorrência chinesa e à alta carga tributária que, segundo a gerente Viviane Portela, consome quase 40% do faturamento. Se vendemos R$ 100 mil, R$ 40 mil vão para o governo, comentou. A fábrica, que produz cerca de 150 mil peças por mês e emprega 46 pessoas, já chegou a produzir 190 mil peças e ter um quadro com 58 funcionários. A redução, segundo ela, ocorreu há dois anos. Com os produtos da China, tivemos que reduzir os custos, explicou Viviane. O estande da Portela era um dos mais concorridos ontem, na 16.ª Feira Nacional da Louça, em Campo Largo. O motivo: preço baixo. Um jogo de jantar de 13 peças está saindo por R$ 16,00 (média de R$ 1,23 por unidade), abaixo até do que a gente vende para o lojista, que é R$ 18,90, exemplificou.
O pólo cerâmico de Campo Largo é formado por aproximadamente 40 empresas, entre pequenas (familiares), médias e grandes fábricas que geram 14 mil empregos diretos e indiretos. O setor é líder em produção, fabrica 90% da porcelana branca de mesa nacional, 83% das porcelanas da América Latina, e mais de 16 milhões de metros quadrados de pisos e revestimentos ao ano. A produção anual estimada é de 450 milhões de peças.
A 16.ª Feira Nacional da Louça segue até o próximo dia 17, no Ginásio da Rondinha. A expectativa do Sindilouça-PR é receber cerca de 70 mil visitantes.
Setor da louça dribla concorrência chinesa
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