Leo Battistelli É artista plástico e designer de porcelana, faiança e cerâmica.
Leo Battistelli na Cerâmica Luiz Salvador - Itaipava/RJ
foto: Leonardo Aversa / O Globo
http://leobattistelli.com/
Nasceu em 1972, na cidade de Rosario, Argentina. Desde 2006 vive e trabalha no Rio de Janeiro.
Estudou Belas Artes na Universidade Nacional de Rosario.
É curador independente de espaços de arte e de exposições na Argentina e França. Fez trabalhos de arte e design para o MALBA (Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires), o MoMA (Museum of Modern Arts, New York) e a TV Globo (Rio de Janeiro).
Atualmente produz suas obras e desenhos utilitários na Cerâmica Luiz Salvador no Rio de Janeiro e na Fábrica de Porcelanas Verbano Argentina.
Abaixo, algumas de suas muitas peças:
Aqui, um texto mais completo sobre artista:
http://www.xxy.com.br/artsy/materia.asp?id=2356
Por Tino Monetti em 24/11/2006
Artista plástico, nadador profissional, designer de utilitários e objetos em cerâmica e salva-vidas. As definições profissionais para o argentino/italiano Leonardo Battistelli caem como uma luva no momento de entender sua arte e conceitos dentro de suas criações.
Tendo a água e as formas como base e temáticas recorrentes e constantes, Battistelli trabalha com os limites da representatividade em distintos suportes e bases materiais, focando sua obra em instalações, no desenvolvimento de peças em uma porcelana típica da Patagônia e em fotos panorâmicas do exuberante rio Paraná.
Nascido em 1972, na cidade argentina de Rosario, Leo Battistelli começa sua aproximação com o universo artístico na Escuela de Bellas Artes da Universidad Nacional de Rosario. A partir daí, ao entrar em contato com as obras e conceitos de diversos outros artistas locais e estrangeiros, Leo inaugura sua primeira de muitas mostras individuais em 1993.
Entre os anos de 2000 e 2002, Battistelli se desempenha como curador da Galería de Arte Contemporáneo de la Alianza Francesa de Rosario e cria o Departamento de Arte, um espaço oficial da cidade para mostras de arte contemporânea. Dentre seus principais projetos, também se destaca “Villa Remanso”, uma proposta que une arte, design e bem-estar social.
Ganhador de diversos prêmios de auspício e incentivo (entre eles, o Prêmio arteBA Petrobras de Artes Visuais e o Prêmio da Fundação Federico Klemm em Buenos Aires), atualmente Leo produz uma série de utilitários e objetos em porcelana que, a partir de janeiro de 2007, começará a ser vendida na loja do Museu de Arte Moderna de Nova York, o MoMA.
Com importantes e consagradas exposições, intervenções e mostras individuais e coletivas em sua carreira (“Guardavidas”, “Y”, “11571”, “Sed”, “Rio” e “Fotografia Subaquaticas” são algumas delas), Leo esteve em São Paulo há cerca de um mês para acompanhar a 27a Bienal e estabelecer contato com alguns galeristas da cidade. O XXY aproveitou para conversar com o artista e entender melhor sua obra e visão de arte. Confira a seguir a entrevista e fotos de algumas obras do bom moço Battistelli.
. Como começou seu trabalho com objetos? Por que a opção da porcelana como base material?
Eu me interesso pela forma, pelo tridimensional, pela possibilidade de segurar, de aproximar ao tato, de gerar várias possibilidades de visualizações, vários pontos de observação que acontecem não tão somente com o olhar.
Optei pela porcelana como material cerâmico, porque há alguns anos decidi materializar minhas obras com diferentes barros, e esta porcelana em particular se forma com minerais da Patagônia e esta é uma informação que não passa despercebida. Gosto de trabalhar com a geografia, com a procedência do material... É um diálogo interno, pessoal, mas que também existe e é real. Trabalho também com argila das ilhas do rio Paraná (que rodeia a cidade de Rosario) e às vezes a combino com porcelana ou a uso crua ou cozida.
Trabalho a porcelana em uma fábrica chamada Verbano, que produz utilitários há mais de 50 anos, e foi aí que comecei a potencializar minhas obras, criar uma baixela pessoal e me vincular com o design industrial.
. Você se considera mais artista ou designer conceitual neste momento da sua trajetória?
Estou vinculado aos dois, com diálogos entre a produção artística e a produção de design. Sempre faço pontos de conexão entre os dois universos, encontros que, às vezes, são muito privados, íntimos e óbvios. Sou um artista que faz design e faço objetos para o uso diário.
. Qual a influência da natureza em sua obra?
Total, é uma influência completa. Sou fascinado pela natureza, suas formas, suas conjunções... Posso me perder totalmente em uma paisagem, em um bosque, em um deserto, em um peixe, em um humano... O tempo todo aparecem em minha obra vínculos com o natural. Faço seres que vêm da natureza, recrio imagens que ficam em minha memória ou apenas aponto sinais até ela.
. Como você vê a evolução da arte contemporânea hoje, principalmente na América Latina?
A arte contemporânea latina de que posso falar é reduzida, apenas conheço a produção argentina, algo do Chile e do Brasil e muito pouco dos outros países. Vejo alguns diálogos nestas produções, apesar das distâncias, como também vejo conexões do que se faz aqui com produções de outros continentes. Vejo obras que me fascinam e vejo outras que se repetem incansavelmente. Vejo modas e nelas vejo um recheio de tempo, vejo receitas de como fabricar arte... Mas também existem os artistas incríveis, que podem gerar com suas obras movimentos mentais e sensitivos em quem as vê. Não são maioria, mas acredito que a arte funciona assim em todo o planeta.
. O que te agrada na arte a ponto de ser tomado como referência?
Ultimamente faço muitos diálogos com a obra de artistas como Lucio Fontana, Karl Blossfeldt, Athanasius Kircher, Leonardo da Vinci, Andreas Libavius e outros.
. Em pouco tempo, suas peças começam a ser vendidas no MoMA de Nova York. Como será isso?
É uma exposição de design argentino que acontecerá nas lojas de design do MoMA, com mostra e venda das obras. Será um extrato reduzido de designers do país. Atualmente o MoMA vem fazendo uma série de convites a cidades ou países para exposições e venda de design, com um olhar através da geografia e de comunidades de diferentes partes do mundo. Neste caso, é um trabalho em parceria com o MALBA, o Museu de Arte Latinoamericano de Buenos Aires, local onde trabalho já há alguns anos criando objetos utilitários. Será uma super experiência e uma vivência incrível.
. E como você vê o futuro dentro de sua obra?
Incerto. Sempre é incerto e isso é bom, gera adrenalina e faz com que o sangue corra um pouco mais acelerado. Por isso estamos vivos e gosto desta idéia. Minha tentativa de obra é de que ela sempre seja uma experiência de bastante crescimento.
Leo Battistelli
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gostaria de informação sobre bonecas de porcelana pode me ajudar?
ResponderExcluirOrixás, infelizmente estou por fora no assunto.
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