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vasos pequenos - Cerâmica Luiz Salvador

Este post é uma homenagem a todos os meus amigos portugueses, tão apaixonados por velharias, em particular as louças, quanto eu. Escolhi a Cerâmica Luiz Salvador por esta estabelecer uma ligação inequívoca entre a produção cerâmica de nossos países.





vasos pequenos; 12 (h) x 10 (d) cm ambos
Cerâmica Luiz Salvador
Itaipava - Rio de Janeiro
faiança
decoração em azul cobalto, de inspiração portuguesa
déc. 1980/1990
fonte das imagens acima: site Mercadolivre.com

obs.: Esta fábrica ainda se encontra em funcionamento.


foto da antiga fábrica, que hoje abriga a loja da fábrica, e um complexo comercial com restaurantes, café e diversas lojas.

Luiz Salvador foi um renomado mestre da arte de pintura em faiança da cidade de Alcobaça em Portugal, que trabalhava na tradicional cerâmica Raul da Bernarda, na qual dirigia o setor de pintura.
Insatisfeito com a situação política de Portugal no pós-guerra, Luiz juntou algumas economias e veio para o Brasil, em maio de 1950, aos 30 anos, com a ideia de montar um negócio próprio.


peças atuais, com decoração de inspiração portuguesa.

Luiz Salvador, junto com outros portugueses, criou uma pequena cerâmica na cidade de Iatipava, estado do Rio de Janeiro, nos moldes das localizadas em Alcobaça, que foi batizada com o nome daquela cidade portuguesa. Pouco depois, em 1952, Luiz teve problemas com os sócios, deixou a fábrica, e fundou a cerâmica "Luiz Salvador".
A partir da cerâmica Luiz Salvador, uma grande escola de novos ceramistas foi sendo formada. Muitos destes, com o tempo, foram abrindo suas próprias cerâmicas na região.
As linhas de produtos e decorações da Luiz Salvador, originariamente ligadas à tradição portuguesa de Alcobaça, aos poucos incorporou várias tendências – temas brasileiros, italianos, franceses, entre outros.

9 comentários:

  1. Caro Fábio
    Com este seu post respondeu à questão q lhe coloquei no meu blogue sobre a origem das telhas de faiança do seu colégio. Acredito agora q são de produção brasileira, deste fabricante, porq na foto com várias pinhas e telhas, do lado esquerdo, aparece uma telha com o mesmo relevo azul q têm as dos mochinhos do seu colégio. Sendo assim, serão já da 2ª metade do séc. XX e assim se explica o seu belíssimo estado de conservação.
    Quanto aos dois vasos, lembram mesmo faiança portuguesa, sobretudo o 2º com decoração a desenho miúdo do séc. XVII. Aqui na região de Coimbra ainda há fábricas q copiam esse tipo de decoração, quer a azul e branco, quer em policromia.
    Obrigada por este post a pensar nos amigos portugas. :)

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  2. Olá Maria Andrade,
    Eu não sei de qual telha na foto vc se refere, mas de toda forma, as 4 apresentam flores; nenhuma tem as corujinhas! :-)
    Além do mais, aquele colégio é da década de 1930, muito antes do Luiz Salvador se tornar ceramista.
    Quanto aos vasos, depois eu vi no site da Luiz Salvador que o nome usado para a decoração do primeiro é "pétalas". Mas claro, isso é um nome inventado por lá.
    Um dia farei um post com as fotos que fiz das "madres" do azulejos e travessas na fábrica Luiz Salvador. Tudo feito originalmente por este português que se mudou para o Brasil, e aqui abriu esta fábrica que até hoje produz peças encantadoras, carregadas de um doce nostalgia.
    Há uma pequena fábrica, muito pequena, na verdade, e arriscando até fecha, em Cachoeiro Paulista, chamada "Lusobrasil" que produz também peças de inspiração portuguesa, pois seu fundador é outro português, João da Silva Gomes, que o Luiz Salvador trouxe de Alcobaça para trabalhar com ele. O curioso é que na juventude do Luiz Salvador, ele foi empregado do pai de João da Silva Gomes na ferraria da família. E mais tarde, o João da Silva Gomes foi ser aprendiz do Luiz Salvador.
    abraços!

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  3. Quem quiser ver algumas peças mais da Luiz Salvador, pode acessar:
    http://www.porcelanabrasil.com.br/p-ls.htm

    Para verem peças da Alcobaça Artística, a primeira fábrica de Luiz Salvador, acessem:
    http://www.porcelanabrasil.com.br/p-alcobaca.htm

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  4. Fábio, eu estava a referir-me à telha q está em cima da mesa na foto do lado esquerdo, q obviamente não tem mochos ou corujas, mas tem na extremidade superior uma decoração em relevo a azul q as telhas do seu colégio também têm. Daí eu pensar q podiam ser da mesma produção, mas se me diz q o colégio é dos anos 30, retiro o q disse.
    Também encontrei em Florianópolis, mais propriamente em Sto António de Lisboa um ceramista português q teve uma empresa em Portugal, mas depois mudou-se para o Brasil e está a fabricar paineis de azulejos e faianças inspirados em peças portuguesas.
    Mas deve haver mais casos desses por aí...
    Espero q tenha agora entendido o q eu quis dizer! :)

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  5. Olá Maria Andrade,
    MIL PERDÕES!!! Eu entendi errado! Achei que vc falava da pintura, talvez porque ao bater os olhos da foto depois que você comentou, esta telha me sugeriu as corujinhas!
    No caso do Luiz Salvador, a telha ter o mesmo relevo daquelas do meu colégio deve ser pela mesma razão dos azulejos da foto da direita terem relevos quase idênticos aos azulejos do Porto. O cara refez por aqui o que ele conhecia por lá.
    Sim, há vários casos de ceramistas portugueses que transferiram suas atividades para o Brasil. Acho que este de Florianópolis deve ser o Vitor Manuel Alves Francisco, que trabalha com a mulher e a filha. Eles tiveram primeiro uma pequena cerâmica na Ilha do Governador, aqui na cidade do Rio, chamada "Lis Cerâmica", que em 1987 se mudou para Araruama, no litoral do estado do Rio de Janeiro, na região conhecida por "Região dos Lagos".
    Vitor começou a trabalhar com cerâmica em 1957 em São Paulo, na cerâmica Hauner. Posteriormente ele fundou a primeira empresa de pisos esmaltados no Brasil, a Bienal Cerâmica. Em 1967 a família Francisco mudou-se para Portugal (terra natal de Vitor), onde Vitor fundou a Cerâmica Bienal de Portugal.
    Por um breve período, de 1971 a 1972, Vitor Francisco montou uma cerâmica de produtos decorativos em Fall River, Massachusetts, EUA. Em seguida ele retornou à Ceramica Bienal de Portugal, onde permaneceu até 1975. De volta ao Brasil, Vitor retornou a suas atividades de ceramista em 1986.
    Em 2008 a família se mudou para Florianópolis, SC, onde abriram um pequeno atelier de cerâmica, o Studio Vineli.

    abraços!

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  6. Olá Fábio, de novo!
    Acertou, era mesmo desse Studio Vineli que eu estava a falar. É uma empresa familiar q produz peças muito bonitas e variadas.
    O Fábio parece conhecer tudo q existe no Brasil na área da cerâmica - empresas, nomes de fabricantes, artistas, tipo de produção... mas já percebi que é essa a sua área de estudo e de investigação e que já tem obra publicada.
    Muuito interessante, mesmo! Espero q tenha sempre muito sucesso no seu trabalho!
    Um abraço

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  7. As peças possuem um ar muito português e se não reparasse na marca no tardoz iria jurar que o eram mesmo.
    E as louças decorativas de fachada são simplesmente fantásticas. É a tradição que não morre, mas que se transforma, voa e vai pousar além fronteiras.
    Folgo que este tipo de peças aí ganhou raízes, ainda que, possivelmente, não muito fortes, mas que são muito bonitas, disso não tenho dúvidas, muito especialmente a primeira peça apresentada. Simplesmente fantástica.
    Eu que conheço muito pouco sobre a cerâmica brasileira, vou aprendendo aqui alguma coisa, um bem-haja por isso.
    Obrigado pela mostra, que me tocou de perto
    Manel

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  8. Olá Manel,
    Fico feliz com sua visita aqui.
    As raízes portuguesas se fincaram mais forte onde naturalmente a presença portuguesa se deu por mais tempo, e onde havia mais riquezas, como o Rio de Janeiro, e vários estados no nordeste do país.
    Infelizmente após a independência, e mais ainda com o fim da monarquia, houve um crescente aversão por qualquer coisa que lembrasse Portugal, por uma triste estreiteza de pensamento. Era conveniente para os que tomaram o poder na criação da República fazer o povo esquecer que mais que um colonizador, por quase um século, desde que a corte e o governo foi deslocado de Lisboa para o Rio de Janeiro, Portugal era para o Brasil antes um "irmão mais velho".
    E por causa deste tipo de mentalidade, e a "moda" de afrancesamento que sofremos, perdeu-se muito do riqueza cultural que Portugal deixou em seu país irmão.
    Mas felizmente as raízes se provaram mais fortes do que aqueles primeiros governantes acreditavam, e já nos anos 1930, quando houve o movimento neocolonial nas Américas, os elementos portugueses retornaram à arquitetura, em particular os prédios públicos como as escolas, Eu tive a felicidade de ter estudado em uma assim, que tem as já "famosas" telhas de beiral com corujinhas. E há tantas outras mais por aqui, assim como alguns clubes e casarões, que sempre que surgem em meu caminho, me fazem feliz e orgulhoso de minha origem lusitana, como bom carioca que sou.
    abraços!
    Fábio

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  9. Olá Maria Andrade!
    Obrigado por suas palabras, mas não, nao sei tudo sobre cerâmica no Brasil, nem teria como! Mas me esforço para tentar saber um pouco mais a cada dia. Infelizmente por aqui não há apreço pela preservação da memória cultural, muito menos de um setor é visto apenas como indústria, como gerador de receita e empregos. Não se percebe ainda por aqui que a cultural material, mesmo que de origem industrial, são parte integrante da cultura de um país.
    abraços!
    Fábio

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