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Laboratório químico-prático do Rio de Janeiro – primeira tentativa de difusão da Química no Brasil (1812- 1819)

por Nadja Paraense dos Santos
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422004000200030

Este artigo pretende divulgar a descoberta de um documento que se encontrava desaparecido até a presente data. Trata-se do documento intitulado "Ensaio histórico analítico das operações do Laboratório Químico-Prático do Rio de Janeiro", onde seu autor discorre sobre as atividades do Laboratório Químico-Prático do Rio de Janeiro, no período de 1812 a 1819.

(...) Ao realizarmos no Arquivo do Museu Imperial (Petrópolis, RJ) o levantamento de uma série de documentos relativos à ligação do Imperador D. Pedro II (1825-1891) com as ciências, localizamos no Arquivo Grão-Pará, sob a guarda dos descendentes da família imperial, um documento intitulado "Ensaio Historico Analytico das Operações do Laboratorio Chimico-Pratico do Rio de Janeiro". Trata-se de um manuscrito de 196 páginas, sem identificação de autoria e sem data, mas seu conteúdo sugere que ele foi escrito pelo Diretor do laboratório, o cônego Francisco Vieira Goulart, provavelmente em 1820.(...) O primeiro trabalho oficial do Laboratório Químico-Prático foi a tentativa de descobrir produtos que pudessem ser utilizados para permuta de gêneros com os chineses.

 
(...) Ainda neste capítulo (5°), Goulart [cônego bacharel Francisco Vieira Goulart (1765–1839), professor régio de filosofia racional e moral na cidade de São Paulo (1809-1811)] comenta o aparecimento de um folheto datado de 1819 e intitulado "Instruções para os viajantes empregados na Colônia"(...). Goulart critica também o trabalho "Argilas do Brasil", publicado no folheto supra citado, no qual o autor afirma ter examinado mais de 200 diferentes argilas, sem conseguir produzir o vidrado da porcelana. Para Goulart a divulgação deste trabalho desanimaria qualquer pessoa que quisesse fabricar louça no Brasil26. Ele aproveita para alertar sobre a necessidade de se fazer e divulgar um "inventário científico do que possuímos" e também de se instalar uma Escola onde se "ensine a química aplicada às Artes", sujeita à Junta do Comércio, vista, portanto, como uma corporação permanente que evitaria que ocorresse o que aconteceu com o Laboratório Químico-Prático.


26. Seus comentários mostram seu conhecimento do processo de fabricação de porcelanas, principalmente no que se refere ao caulim (Al4(SiO4O10)(OH)8), conhecido no Brasil pelo nome indígena de tabatinga (barro branco).

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