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Mais telhas de beirais e azulejos portugueses no Rio de Janeiro

Hoje no meu mural do Facebook, tive a grata surpresa de ver compartilhada uma foto da área do Cais e Jardins do Valongo, região que está sendo recuperada de forma majestosa pela prefeitura do Rio de Janeiro, em função das obras de preparação para as Olimpíadas de 2016.

Abaixo uma foto tirada ontem, dia 1 de julho de 2012, dia em que a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro foi elevada à categoria de Patrimônio Cultural da Humanidade, e dia da inauguração do espaço que se construiu para que todos possam conhecer os achados arqueológicos do antigo Cais do Valongo, também conhecido como Cais da Imperatriz, projetado pelo arquiteto francês Grandjean de Montigny em 1843, pois foi lá que a Imperatriz Teresa Cristina desembarcou ao chegar no Brasil. Depois, com as reformas que visavam o afrancesamento do Rio de Janeiro, tanto na virada do século XIX para XX, e também no início do século XX, o cais foi enterrado e desapareceu sob uma praça e avenida. Cabe notar também que nestas reformas o mar foi empurrado para bem longe, após uma série de aterros, visando ampliar e acertar o desenho da região central da cidade. Uma parte enorme do que hoje é a região portuária, bem como o centro do Rio de Janeiro, originalmente pertencia ao mar.

Infelizmente este cais não conta apenas histórias alegres como a da chegada da Imperatriz, mas principalemte histórias tristes de um passado negro da história luso-brasileira, pois aí desembarcaram milhares de escravos, arrancados de suas pátrias para o trabalho forçado na colônia portuguesa.

Neste link, é possível ver algumas fotos do processo de escavação e recuperação do Cais do Valongo.

O Morro do Valongo é um dos pontos mais antigos da cidade, por ser na região portuária, e como ficou abandonado por muitas e muitas décadas, preserva preciosidades do nosso passado. E quando falamos no passado do Rio de Janeiro, em particular finais de séxulo XIX, falamos naturalmente do passado lusitano da cidade, o que para mim é sempre motivo de felicidade.

Abaixo vocês podem ver algumas fotos da "Pedra do Sal", na área do Valongo, que por muito pouco poderia até ser confundida com algum pedaço do Alfama, em Lisboa (talvez com um pouco de exagero da minha parte?).



praticamente, "figuras de convite", pintadas na subida da Pedra do Sal.





Mas as fotos que eu fiquei de queixo caído foram estas que apresento abaixo, do Morro da Conceição, ali também na mesma região, com velhos conhecidos nossos, tanto aqui, quanto no blogs dos amigos portugueses, como a Maria Andrade, a Maria Paula e o LuisY. Que surpresa! Mais uma região onde ainda há telhões de beirais e azulejos portugueses aqui no Rio de Janeiro! E eu que pensava que eles praticamente tinham desaparecido!




O Museu do Açude com seu rico acervo de telhas e azulejos portugueses é uma jóia do Rio de Janeiro, mas encontrar estas peças cerâmicas ainda nos locais onde originalmente foram colocados, como coisa cotidiana, sem a pompa e solenidade de um museu, para mim é de um valor inestimável.

Já estou me programando para fazer um passeio pela região, pois certamente haverá muito mais para ser visto e fotografado em detalhes. Fico muito feliz que esta área não esteja mais entregue ao descaso do poder público, e espero que a população entenda a importância deste acervo histórico, e passe a amá-lo e cuidá-lo.

Todas as fotos deste post são de Eduardo Rua - http://www.facebook.com/eduardor.rua

2 comentários:

  1. Olá Fábio,
    Imagino a surpresa agradável que foi para si encontrar este beiral de faiança numa casa de habitação aí no Rio!
    Eu quando encontro mais algum sinto uma alegria enorme, como se tivesse descoberto um tesouro, e já tenho mais fotos de um "novo" beiral para partilhar no blogue.
    Também tenho gostado muito de ler as notícias que vai dando sobre os achados arqueológicos e as peças de faiança portuguesa no Rio e em Manaus.
    O Fábio é sem dúvida um bom embaixador da cultura portuguesa, que ao fim e ao cabo também é sua!
    Um abraço

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    Respostas
    1. Olá Maria Andrade, tudo bom?
      Como disse, ainda não os "encontei" de verdade; as fotos são do Facebook de outra pessoa, e no "adendo" do Google Street View. Mas pretendo ir no local o quanto antes!
      E o Melhor é que a casa é pequenina, de apenas térreo, ao menos no nível da rua (pois como está em um morro, pode ser que ela tenha pisos para baixo, como é comum em várias casas aqui em outros bairros em morro. Em suma: as telhas estão PERTINHO de nós na rua!
      abraços

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