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castiçal - Ernesto & Hugo Saler Ltda.

1 modelo. 2 decorações.
resultado: duas peça completamente diferentes, que numa olhada rápida nem parecem derivadas de um mesmo modelo.





castiçais
8 (h) x 14 (c) x 7,5 (l) cm
Ernesto & Hugo Saler Ltda.
Guarulhos - SP
porcelana

caneco de vinho - Porcelana Renner S/A

A última peça que faltava mostrar, das compradas na feira da Praça XV sábado passado (23/01/2011) era este caneco de vinho da Porcelana Renner S/A.

Eu nem gosto de canecos, este mesmo não me diz nada de especial, a não ser pela cor azul aplicado no baixo-relevo. O que me fez comprá-lo foi a marca gravada em sua base. Esta marca era de uso geral do grupo Renner na época, antes de terem criado uma marca específica para a fábrica de porcelana.

Até hoje eu a havia visto em apenas uma peça, uma boneca bibelô, e esta marca parece ter sido usada por pouco tempo, apenas nos primeiros anos de produção.

Saiu algo muito errado na fabricação deste caneco, pois o verniz está muito craquelado. E acho que eles queriam criar um efeito de biscuit de porcelana, pois o verniz está quase fosco, e o colorido azul claro parece simular os camafeus Wedgwood. Mas talvez o verniz fosco tenha sido apenas mais um erro de produção!


caneco de vinho
Porcelana Renner S/A
Porto Alegre - RS
porcelana
decoração com relevo moldado e verniz azul claro
déc. 1940
coleção Porcelana Brasil

sopeira - Nadir Figueiredo Ind. Com. S/A


sopeira
Nadir Figueiredo Ind. Com. S/A
Pedreira - SP
louça de pó de pedra
decoração com decalques, faixas largas nas bordas em verde claro e complementos em ouro
déc. 1950
coleção Porcelana Brasil


Nas compras de ontem (23/01) na feira da Praça XV, a primeira peça que me interessei foi esta enorme sopeira (3 litros) da marca NADIR. Eu gostei pois este modelo, que talvez seja o mais sofisticado produzido por esta fábrica de louças mais populares, eu só havia visto poucas vezes em sites de leilão, nunca ao vivo.

Além disso, a decoração em verde e pássaros tropicais, algo bastante incomum, ao menos por aqui, no Brasil, me pareceu encantadora, e diferente de tudo o que eu já tinha.

O mais interessante é que eu estava passando o catálogo de uma coleção de decalques (Maastricht earthenware decorations, que apresenta as decorações usadas em louça doméstica pela fábrica holandesa Petrus Regout/Sphinx, de Maastricht, entre 1836-1969) de um museu holandês (Geheugen van Nederland - Memória dos Países Baixos - www.geheugenvannederland.nl), verificando se encontrava um determinado decalque floral, quando me deparei com os papagaios, periquitos e beija-flores da minha sopeira! Que coincidência oportuna!




Uma coisa MUITO difícil é identificar as decorações usadas por nossas fábricas de louças, pois como sempre, este tipo de material não ficou documentado. E no mesmo dia em que comprei uma peça nova tão particular, consigo descobrir, ao acaso, a origem dos decalques usados na decoração!

Na fábrica holandesa estes decalques foram usados durante os anos de passagem dos séculos 19/20. Certamente estes decalques foram fabricados por mais tempo, uma vez que a fábrica brasileira Nadir começou a operar apenas em 1948. A sopeira em questão apresenta uma marca da década de 1950. Acho muito pouco provável que a Nadir tenha usado decalques com mais de 40 anos de idade, pois certamente já estariam imprestáveis. A goma das folhas de decalques não aguentam tanto tempo assim.


"Antiguidades" do século 21?

Infelizmente mais uma vez escrevo um post com o objetivo de alertar os seguidores deste blog sobre uma prática errada e enganadora de certos vendedores em sites de leilão, como o Mercado Livre.

Estes vendedores estão anunciando como "pratos antigos decorativos" peças ABSOLUTAMENTE NOVAS, quase sempre decoradas pela Porcelana D&D (fábrica fundada em 2000, e ainda em atividade, ao menos em 2011). Algumas destas peças até levam decalques mais antigos, pois a D&D herdou parte do acervo da Porcelanas Pátria, mas a maioria das peças leva decalques absolutamente novos, que reproduzem cenas e temas antigos.

Organizei um "mix" de fotos deste tipo de peça, de vários anúncios atuais de vendedores diversos do Mercado Livre, com o objetivo de ajudar aos leitores deste post a reconhecer este tipo de peça "nova" antiga:



Que fique bem claro: não estou condenando ou culpando a D&D nem o Mercado Livre!

A Porcelana D&D produz suas peças de forma legítima e legalizada, e não as vende de forma alguma, até onde eu saiba, como antiguidades. Eles até possuem uma barraca na feira de usados, antiguidades e artesanato da praça Benedito Calixto, em SP, por metade ou mesmo 1/3 do preço praticado pelos vendedores do Mercado Livre. Eu mesmo estive nesta barraca, e não havia nada que pudesse dizer que a D&D vendia sua produção como "antiguidades".

Como sempre, já avisei várias vezes a estes vendedores que estas peças são novas, pois mesmo eles poderiam ter achado que por as terem comprado numa feira de usados e antiguidades, seriam antigas. Mas a atitude de vários vendedores das peças em questão foi simplesmente ignorar meus avisos.

Isso prova que não é apenas falta de informação, mas sim uma atitude propositalmente errada, com o objetivo de iludir o comprador desavisado. Já ouve um vendedor que até me enviou um email ameaçador, onde afirmou com todas as letras: "Se estou certo ou errado o problema é meu, a mercadoria é minha".

O Mercado Livre é apenas um canal de vendas; se os vendedores praticam atitudes condenáveis ou legítimas, não é culpa do site. Poré, devo fazer uma ressalva: por DIVERSAS vezes já informei ao Mercado Livre sobre esta prática de alguns vendedores, que anunciam produtos absolutamente novos, como se fossem "antigos". E o site de leilões não deu a mínima.

Uma última ressalva necessária: há vários outros vendedores anunciando no Mercado Livre, na seção de antiguidades, peças D&D, mas estes não informam que são peças "antigas". A maioria apenas não diz nada, apenas coloca o anúncio, alguns informam em seus anúncios "NÃO É ANTIGA" ou "NÃO É PEÇA ANTIGA". Embora eu ache absolutamente errado colocar peças novinhas em folha na seção de antiguidades, pois mesmo avisando ou não, o comprador menos atento pode acabar comprando uma peça nova acreditando que levou uma antiguidade, estes vendedores não estão, ao menos propositalmente, enganando ninguém.

E acima de tudo, vale a velha regra! O comprador do mercado de antiguidades precisa se informar, estudar, estar atento, perguntar, pois no final das contas, o que os vendedores querem é o seu dinheiro. E quem fica com uma peça antiga falsa é você, comprador e colecionador. Então, PREVINA-SE!

bule de chá - Fábrica de Louças Paulista (MP&Cia)

Hoje eu quase não acreditei quando vi esta peça na feira da Praça XV. De longe reconheci que era da Fábrica de Louça Paulista (MP&Cia) por causa da estampa da decoração floral, mas o modelo geométrico, quase art déco, eu jamais havia visto em quase 6 anos fuçando feiras, brechós, bazares e sites de leilão.


bule de chá
Fábrica de Louças Paulista - MP & Cia Ltda.
Mauá - SP
louça de pó de pedra
decoração por estampagem (carimbo) em verde escuro e complementos em amarelo e azul à mão livre; filetes pretos
1933/fev. 1937
coleção Porcelana Brasil



Fiquei encantado pela simplicidade da peça, quase sem decoração (algo não muito comum nesta fábrica, que geralmente cobria a peça inteira com esponjado ou decalque Chintz ou Pasley). Em casa, me dei conta que este modelo de bule deve ser de um modelo de jogo de chá do qual eu só conhecia umas pouquíssimas xícaras, como esta abaixo:


xícara de chá
Cerâmica Mauá
Mauá - SP
louça de pó de pedra
decoração com filetes em ouro
déc. 1950
coleção Washington Marcondes

Yee Sookyung

Yee Sookyung
Seul, Coréia, 1963







Translated Vase, 2006-7, 210 x 120 x 95 cm


O trabalho em porcelana quebrada e colada da artista coreana Sookyung Yee, 47 joga com os múltiplos significados do termo coreano "Geum", que significa tanto "ouro" e "fenda" - o artista escolhe ouro, um material tradicionalmente utilizado na reparação de porcelana, para montar as peças.

O trabalho foi inspirado em um poema do coreano Kim Sangok, Ceramic White Lady (1946), para os quais a porcelana é um objeto perfeito e refinado. A beleza insuperável da porcelana branca Chosun desempenha um papel fundamental no imaginário da Coreia: era uma das causas da invasão japonesa, no século XVI, durante a qual mestres ceramistas coreanos foram forçados a emigrar para o Japão para exercer a sua arte.

texto de Alexia Guggémos
fonte: http://www.paperblog.fr/1296965/sookyung-yee-une-uvre-a-tout-casser/


Translated vase, 2007, 53 x 42 x 60 cm



2009



2009



2009



2009


meus agradecimentos ao Luís Montalvão por me apresentar o trabalho desta artista.

Investimentos trazem crescimento ao setor de porcelanas

fonte: http://www.paranashop.com.br/colunas/colunas_n.php?op=notas&id=31739
[12-01-2011]

O ano de 2010 foi de crescimento expressivo para o setor de porcelanas finas. Segundo o Sindilouça-PR, sindicato que representa o setor no estado do Paraná, os resultados foram animadores. “Tivemos um crescimento de 10% no setor como um todo, envolvendo as louças, pisos e revestimentos”, afirma José Canisso, presidente do sindicato.

“Analisando apenas as porcelanas, podemos afirmar com certeza que as empresas que mais cresceram foram as que investiram em tecnologia e inovação”, completa. Este foi o caso da Germer Porcelanas Finas, indústria situada em Campo Largo, cidade conhecida como a Capital da Louça. Segundo o Sindilouça, a Germer foi a empresa que mais cresceu no setor, um crescimento de mais de 15%. Durante todo o ano de 2010, a empresa investiu em novas tecnologias, equipamentos e pesquisas de tendências. A instalação de dois novos fornos para a queima das porcelanas permitiu o aumento da produção. A empresa possui hoje o maior e mais moderno forno de queima da América Latina. Uma nova máquina de verniz e uma prensa isostática completam os investimentos feitos em equipamentos.



A empresa tem mais de 30 anos de tradição no mercado e vem consolidando a marca como a melhor do segmento. A empresa é uma das mais tradicionais do setor e a única que investe constantemente em inovação e capacitação dos colaboradores. Segundo o diretor presidente, Antônio Jurandir Girardi, os investimentos revelam o interesse da empresa em oferecer aos clientes o que há de melhor e mais moderno no mercado, unindo modernização à tradição da empresa.

"Mesmo com a modernização da fábrica, que acelerou o processo de produção, alguns detalhes presentes nas peças ganham ainda mais beleza e delicadeza se feitos à mão, como dita a tradição. A fabricação da porcelana é, ao mesmo tempo, um trabalho modernizado e artesanal. A porcelana para ser legítima, tem que ser queimada a mais de 1350º".

Contratações

Os resultados dos investimentos já aparecem na produção. Com a chegada dos novos equipamentos, os pedidos aumentaram e intensificaram o ritmo de produção da fábrica, que atualmente conta com mais de 500 funcionários. Para dar conta da demanda, a empresa está contratando mais 100 funcionários, para início imediato.

A produção em 2010 passou de 1 milhão de peças/mês. Até fevereiro próximo, estaremos em 1,3 milhão peças/mês. Muito em breve estaremos em 1,5 milhão de peças/mês. Crescimento de, no mínimo, 30% em 2011.

O objetivo da Germer Porcelanas não é ser a maior do Brasil, mas ser a melhor porcelana do pais. A Germer tem seus produtos todos aprovados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial, o INMETRO.

De acordo com o presidente, a qualidade é decorrente da tradição da marca. “Trabalhamos com porcelanas finas há mais de 30 anos e conhecemos as necessidades do nosso público, que é cada dia mais exigente. Estamos sempre em busca de novidades, oferecendo produtos de qualidade, tradição e durabilidade, que são fatores decisivos para a compra dessas peças”, afirma Girardi.

Xícara e prato de sobremesa - Porcellana Mauá



Xícara e prato de sobremesa
Porcellana Mauá
porcelana
decoração com verniz azul claro e estampagem, filetes e detalhes em ouro
entre déc. 1940/1950

visita à fábrica da Oxford - novos vídeos

O artigo 'visita à fábrica da Oxford - São Bento do Sul - SC' de 12 de julho de 2009 foi atualizado com novos vídeos.

Se você ainda não o leu, é uma boa oportunidade; se já o leu, vale voltar para ver os novos vídeos.

Para fazê-lo, clique aqui
.

João Manso Pereira

João Manso Pereira (1750? – 1820), químico auto-didata e professor de humanidades (latim, grego e hebraico), descobriu na Ilha do Governador um tipo de argila branca, rica em caulim, e entre 1790 e 1797, produziu diversas peças de louça e porcelana.

Pouco se sabe a respeito de sua origem e de sua família, senão que nasceu no Rio de Janeiro (segundo J. M. de Macedo), que estudou latim e mais disciplinas no Seminário da Lapa, que foi um grande estudioso das ciências naturais, e se dedicou especialmente à mineralogia e à química, de onde lhe veio o apelido de o "Químico".

Deve ter sido o período que decorre de 1790 a 1797 o mais ativo do ilustre químico, porque são então frequentes as consultas à Junta de Comércio sobre o resultado de suas investigações, sendo a pedido da mesma dispensado do cargo de professor, enquanto durassem as suas experiências. Estas dizem respeito á fabricação de aguardente (semelhante à da Jamaica: "rhum"), vinho de açúcar, álcalis extraídos da bananeira, e cerâmica.

Descobriu em certa argila branca, na Ilha Grande (atual Ilha do Governador), que os índígenas chamavam tabatinga o legítimo caolim e, entre as suas variedades, encontrou uma que os chineses chamam ho ache, muito preciosa e própria para obras de relevo, com a qual fabricou alguns camafeus, que diz ele, "alguma aceitação teem merecido ao público".

Diz J.M. de Macedo que "... alguns dos mais considerados habitantes do Rio de Janeiro se desvaneciam de possuir louça do país fabricada pelo celebre João Manso". E Moreira de Azevedo afirma que "... ao rei D. João VI ofertou (João Manso) um aparelho de porcelana e uma caixinha de sabão de barba que fabricara com a argila encontrada na ilha do Governador".

Nas consultas á Junta de Comércio, há referência somente aos camafeus, cadinhos e outros vasos "... fabricados com diferentes caolins e argilas transparentes e opacos...".

Segundo Yolanda Marcondes Portugal, muito certamente João Manso fabricou também aparelhos de mesa. Porém uma grande dificuldade se encontra na identificação dessa louça, porque até hoje não se conhece alguma que tenha marca. Já o mesmo não acontece com as medalhas e camafeus. A identificação destes é muito simples pelo nome de seu fabricante gravado no verso.



Camafeus em biscuit (ao estilo Wedgwood) produzidos por João Manso Pereira, no Rio de Janeiro, com perfil de D. João VI (Esq.) e D. Carlota Joaquina (dir.). Ambos medem 3,5 x 3 cm. Biscuit branco sobre fundo azul. Acervo do Museu do Centro Cultural Banco do Brasil - Rio de Janeiro.[Fonte: BRANCANTE, Eldino da Fonseca. O Brasil e a Cerâmica Antiga. Cia Lithografica Ypiranga, São Paulo, 1981.]


As medalhas de João Manso Pereira são raríssímas e se encontram em coleçôes portuguesas, com exceção dos 2 exemplares atualmente no acervo do Museu do Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, um de D. João VI, e outro de D. Carlota Joaquina.

Segundo Moreira de Azevedo, Mestre Valentim foi o responsável pelo design de dois aparelhos de porcelana fabricados por João Manso, os quais foram muito admirados em Lisboa. É, pois provável, seja o mesmo artista autor dos cunhos das peças de numismáticas fabricadas com a primeira porcelana brasileira.



Marcas de João Manso Pereira (Rio de Janeiro, RJ) de 1793, catalogadas no guia francês “Guide de l’Amateur de Porcelaines et de Fayences”, de E. Zimmerman, já na 13ª edição em 1910, o que comprova seu sucesso no fabrico de porcelana e biscuit já no século 18.


Há ainda um documento manuscrito de 1808, assinado pelo presidente do Real Erário, autorizando a fabricação de cadinhos de louça no Brasil, por João Manso Pereira:

"[...] por constar a boa qualidade dos cadinhos feitos por João Manso Pereira, e convir muito, que deles se use nas Casas de Fundição dessa capitania. Se ordena a essa Junta que haja de prestar todo o auxílio necessário à Fábrica dos mesmos cadinhos por conta da Real Fazenda, debaixo da direção de Dº João Manço Pereira (sic) de maneira que se aprontem em suficiente quantidade para o uso das Casas de Fundição."

ânfora decorativa - Porcelana Real



ânfora decorativa
22(h) x 19(c) cm
Porcelana Real
porcelana
decoração com decalque e complementos em ouro
déc. 1960

fonte: site Mercado Livre

roupas de porcelana de Li Xiaofeng

(atualizado em 09/03/2011)
(atualizado em 25/05/2011)

Um vestido feito com porcelana branca e azul aparece no topo da lista divulgada pelo site oddee.com com as criações mais esquisitas da moda mundial.



É obra do artista chinês Li Xiaofeng, que criou várias peças de roupas, inclusive um paletó masculino, usando cacos de porcelana das dinastias Ming, Yuan e Qing.





fonte: G1
http://g1.globo.com/Noticias/PlanetaBizarro/0,,MUL1181883-6091,00.html







Em 2010 a Lacoste contou com colaboração do artista chinês Li Xiaofeng no projeto Holiday Collector’s Series para desenvolver uma peça exclusiva para a marca. O resultado foi uma camisa polo, construída com 317 fragmentos de porcelana conectados por fios de prata.





A Lacoste ainda lançou uma edição limitada de 20.000 polos com uma estampa desenvolvida pelo artista a partir da releitura digital de suas obras.




Li Xiaofeng nasceu em Hubei, China. Ele passou dos murais para a escultura trabalhando com a porcelana das Dinastias Ming, Qyng, etc.



A China proibiu a exportação de antiguidades, incluindo as porcelanas, então Li Xiaofeng também pinta, queima, quebra e trabalha sua porcelana mantendo as figuras e cores tradicionais de fertilidade, vida e alegria. Ele une as peças com fios de prata e constroi peças do vestuário chines.



Primórdios

Estimulado por uma postagem no blog "Velharias", sobre as antigas faianças portuguesas da Fábrica de Sto. Antônio do Vale da Piedade, na coleção do Museu do Açude, aqui no Rio de Janeiro, fiquei com vontade de publicar algumas fotos e ilustrações da produção cerâmica brasileira em seus primórdios.

Boa parte desta produção era em terracota, muitas vezes engobadas em branco, ou pintadas em cores variadas. O material documental infelizmente é muito escasso, e mais escassas ainda as informações sobre as peças, quem as fabricou, em que estado, etc.

No Brasil, a produção de olaria começou a ser uma indústria efetivamente, seja pela escala de produção, seja pela regularidade e continuidade do fornecimento, no início do século XIX, embora a produção artesanal para atender o consumo em pequena escala já ter começado muito antes.

A indústria cerâmica, liderada por portugueses, surgiu principalmente para a fabricação de material de construção: tijolos, telhas, tubos e sifões de esgoto, nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Entretanto, várias destas olarias também já produziam alguns artigos utilitários simples. Nesta mesma época, há também um aumento da produção artesanal, em quase todos o país, na qual a mão de obra indígena, já experiente, foi de relevante contribuição.

Com o tempo, começam a surgir peças de louça vidrada, bem como artigos imitando a faiança com engobes (revestia-se a louça de barro vermelho com uma camada de argila mais clara) claros e amarelados. Estas peças, conhecidas como “meia-faiança”, eram produzidas em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná.




Ilustrações de peças de terra cota fabricadas no Brasil, em livro do francês Thierry Frères - 1835.


Edino Brancante em seu livro “O Brasil e a Cerâmica Antiga”, de 1981, afirma que embora os primeiros documentos encontrados comprovando a fabricação de louça vidrada no Brasil sejam do início de século XIX, provavelmente esta já seria produzida em nosso país na primeira metade do século XVIII, na Bahia, e pelo final da segunda metade do mesmo século em Caeté, Minas Gerais.

Esta indústria se expande acentuadamente após a chegada da Família Real no Brasil. A partir deste momento, começa uma grande diversificação dos artigos utilitários fabricados (talhas, canecas, pratos, sopeiras, garrafas, moringas, potes, urinóis, escarradeiras, medalhões decorativos, ornamentos para fachadas e jardins, vasos, etc) e um grande esforço para a melhoria técnica destes artigos.





Apenas na segunda metade do século XIX que as cerâmicas brasileiras começaram a produzir, além dos vasilhames e outras peças utilitárias simples, objetos de um certo requinte, mercadorias especialmente destinadas à burguesia emergente, como pratos figurados com personagens ilustres, taças-lembrança de visitas a santuários, bibelôs, porém pouca coisa em comparação com as que eram importadas.

Começou pela década de 1850, no Rio de Janeiro, à rua do Espírito Santo 45, a Fábrica Nacional de louça branca vidrada, de José Gory. Fabricavam figuras para jardim, ornatos, vasos, globos, pinhas, repuxos, bustos, leões, colunas, balaústres, capitéis, baixos-relevos.



Peças de fabricação de Francisco Antônio Maria Esberard, apresentadas na Primeira Exposição Nacional de 1861. Litografia do livro "Recordações da Exposição Nacional", de 1861.


Talha "Maricá" em cerâmica; século XIX (1866); fabricada em Maricá, RJ; pertenceu à Casa Imperial; 950 x 630mm. Até o século XIX muitas louças fabricadas no Brasil eram de barro vermelho, branco ou escuro. Para enriquecer as de barro vermelho os artífices davam-lhe decoração de ouro. Deste modo foram feitas as antigas talhes de água, que nas copas ocupavam lugar de destaque. Foto : Rômulo Fialdini - Livro MHN - Banco Safra


Moringa de cerâmica; século XIX; Brasil; pertenceu ao Paço Imperial de Valença, Rio de Janeiro; 313 x 204 mm. Com as Armas Imperiais do Brasil acompanhando decoração típica da época.



Foto de exemplares da produção cerâmica brasileira no álbum "Recordação da Exposição Nacional de 1866". Quem quiser ver outras fotos desta exposição, pode seguir este link.




Dois momentos da "Exposição Continental" de Buenos Aires, em 1882, mostrando a produção cerâmica brasileira. É curioso notar no estande da foto inferior que em meio aos artigos para decoração de fachadas e muradas estão também tijolos, telhas e canos.
Na foto superior o que mais se vê são moringas, e em seguidas vasos, urnas, pinhas, potes, entre outras peças. Cabe notar que não se vê qualquer tipo de cerâmica de mesa, como sopeiras, pratos, travessas, etc, o que só iria aparecer mais tarde, na virada do séc. XIX para o XX, quando surgem as primeiras fábricas de louça branca autêntica no Brasil.




Anúncio de 1884.





Pratos engobados, de inspiração portuguesa, provavelmente produzidos em Caeté - coleção Paulo Vasconcelos, SP - livro BRANCANTE, Eldino da Fonseca. O Brasil e a Cerâmica Antiga. S.C.P., São Paulo, 1981.



Pinha e ânfora em louça vidrada, manufatura A. Ferreira & Irmão - SP - coleção Issac Alex Catap - SP - livro BRANCANTE, Eldino da Fonseca. O Brasil e a Cerâmica Antiga. S.C.P., São Paulo, 1981



Talha fabricada no Rio de Janeiro - livro BRANCANTE, Eldino da Fonseca. O Brasil e a Cerâmica Antiga. S.C.P., São Paulo, 1981.



Moringa, Brasil, séc. XIX, coleção Clotilde de Carvalho Machado, Rio de Janeiro - livro 'Arte Cerâmica no Brasil', de Pietro Maria Bardi, Ed.Banco Sudameris Brasil S.A., 1980.



Jarras e ânforas - MG, séc XIX - Col. Paulo Vasconcellos - site www.eba.ufmg.br.


exemplo de cerâmica em estilo Saramenha produzida atualmente, com as mesmas técnicas de mais de 150 anos.



Bule verde esponjado fabricado pela Cerâmica Santa Cruz, de Piracicaba, SP (séc. XIX). Coleção Maria Elisa Pereira Bueno e Paulo Vasconcellos (SP) - livro BRANCANTE, Eldino da Fonseca. O Brasil e a Cerâmica Antiga. S.C.P., São Paulo, 1981.



Produtos da Ceramica Nacional (1898) - site www.israelpinheiro.org.br

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